domingo, 29 de março de 2009

O SANTÍSSIMO QUADRILÁTERO


A Internet tem andado num grande frenesim ultimamente por causa da Wikipédia - a enciclopédia livre - e a Web 2.0, e o novíssimo «Citizendium» - o compêndio dos cidadãos - devidamente em "estado Beta" , para substituir a Wikipedia que muitos intelectuais dizem ter sido «devassada». O conceito não é novo, e sobretudo é verdadeiro! Há inúmeras informações na Wikipedia totalmente falsas!
Mas ninguém fala do Google! Essa máquina de busca maravilhosa, pela sua extraordinária e até miraculosa eficiência.
Os americanos, como de costume, decidiram abrir uma Igreja. É isso mesmo que estão a pensar. Chama-se «GoogleChurch.com». Denominaram-na como «Googleonia», e anda toda gente muito satisfeita angariando filósofos e pensadores para decidir qual será a sua filosofia transcendental e teológica!
Já se adiantaram algumas teorias, segundo as quais a «Googleonia» terá uma filosofia destituída de pares de opostos, por isso a dualidade da vida será eliminada.
Perguntar-me-ão, como é que uma majestosa máquina cibernética, um colossal diccionário, de um dia para o outro se transforma em Deus. A resposta é simples: SÓ NA AMÉRICA!
Os cartoonistas não têem perdido o seu tempo, e o seu contributo tem sido absolutamente delicioso. Desde a Santíssima Trindade a informar o Vaticano de que tinham passado a «Quadrilátero»... até ao Velho Pai dos Céus a inquirir a "Pomba" do Espirito-Santo se tinha dormido com o Computador!
A nova máquina da Microsoft lançada no início de 2005, resultado de dois anos de pesquisa do seu novo «crawler», pretende com toda a sua ganância fazer ao Google, o que já fez à Netscape: eliminá-la!
Mas o Google sentou-se no topo do mercado de maneira aparentemente cândida, facultando serviços GRÀTIS.
Nos últimos anos passou do processamento de 100 milhões de buscas diárias para mais de 200 milhões. E apenas 1/3 provêm dos EUA. Os outros 2/3 são de 88 países diferentes.
O crescimento exponencial da VeriSign, que opera a maior parte da infraestrutura da Net, diz que no ano 2000 processava por dia cerca de 600 milhões de pedidos de «domain». Actualmente processa «9 Biliões».
O que faz o Google com toda a informação que colecta? Como consegue a máquina resultados tão instantâneos e tão correctos?
No passado a discussão sobre a privacidade na Web tinha como objecto principal a defesa do consumidor, depois do 11 de Setembro, mudou drasticamente.
A «privacidade» parece ser actualmente a sua própria ameaça. Um paradoxo de difícil resolução.
A Google não se mostrou interessada em declarar-se pelos direitos dos usuários, face ao Governo federal em Washington, que insiste ao acesso guardado.
Já nos bastava o «Echelon» que nos guarda dos céus! e que capta tudo, desde chamadas telefónicas a ligações de Internet, além de conversas particulares dentro das nossas próprias casas. Isso já é possivel.
O Google não é diabólico em si mesmo. Foi a primeira «máquina de busca» a utilizar cookies imortais, que eram proibidos.
Quando passamos por uma página Google, ficamos com um «cookie» com identificação, que é gravado no nosso disco rígido, e nos dá capacidade de acesso quase imediato àquela página. Mas fica registado o nosso percurso na internet!
O Google colige informações às quais pode aceder de imediato num espaço de tempo bastante longo.
Eu sei disso porque FORMATEI o meu disco e esqueci-me de salvar os meus textos para o Jornal. Fui buscá-los TODOS. Estavam no mémória do Google (felizmente).
Actualmente o Google monopoliza 75% de todos os «sites» de redes. Os operadores de redes não podem viver sem a aprovação do Google, se quiserem intensificar o tráfego nos seus sites.
Se quiserem tirar vantagens de algumas fraquezas dos algoritmos semi-secretos, o Google paraliza-os, e o tráfego desaparece. Como não foram criados standards, não há qualquer apelo para os «sitios» penalizados.
Com 200 milhões de buscas diárias, o Google é uma bomba atómica á privacidade mundial.
Ainda assim, é a máquina mais perfeita de informação do mundo. A nossa biblioteca privada com acesso a, literalmente, TUDO.