domingo, 1 de março de 2009

A ESTÁTUA DE SAL

Ontem vi a minha amiga JúJú (Julieta Aurora) Directora do Teatro do Mar. Têm feito um trabalho fabuloso em Sines a nível de cultura e eu dou-lhe os meus sinceros parabéns. Falámos de futilidades, porque ela é muito vaidosa, e gosta de mostrar o último figurino. Também, é uma mulher muito bela!
Mas está em dívida comigo numa coisa - eu não lhe disse porque estávamos numa esplanada pública todos muito divertidos. A tradução que eu lhes ofereci do Gore Vidal - The City and the Pillard - que eu traduzi por "Estátua de Sal", porque na abertura do livro há uma chamada a uma citação Biblica de Sodoma e Gomorra «But his wife looked back from behind him and she became a pillar of salt». Levou-me 3 meses a fazer e ofereci pro bono! Sem receber um tostão. E o Centro Cultural Emmerico Nunes com tantas mudanças de direcção e inconsequências técnicas, parece ter perdido o paradeiro. Coisa extraordinária! Ofereçam ao Teatro do Mar a minha tradução para ser posta em palco e eu ficarei mais satisfeito do que ficar na estante.
Já no "Lorenzaccio" do Alfred de Musset, fiz idêntico, mas compreendi na altura a imensa dificuldade do texto ser aplicado em teatro, porque é imenso e complicadíssimo. Tinhamos que ter um preto como principe de Florença e o Obama ainda estava na adolescência!
O Wladimir Franklin era na altura Encenador e logo nas primeiras leituras de grupo vimos que seria um processo baldado ao insucesso. Havia leituras de quase 20 minutos in solo. A coisa era muito profissional e não havia papéis para mulheres, portanto teríamos que usar travestis a fazer de homens - tanto Gore Vidal como Alfred de Musset são peritos nisso. Não é vão que eram, e, um, continua ser um escandalo homossexual - como ele gosta. Aliás, quanto a mim, um dos melhores escritores da contemporaneidade da literatura dos EUA.
Mas volto a dizer à JúJú, minha querida - põe a peça em palco. Gostava de ver a tua capacidade de encenares esse texto. Ou estás a ficar velha?