terça-feira, 31 de março de 2009

Albuns Inesquecíveis «WALLACE COLLECTION » Daydream (1969)

A GAIA CIÊNCIA

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A «Gaia Ciência», entre os poetas Provençais, era não só a arte poética, mas também o código de amor cortês. Fazendo um floreado "jogo de palavras" com a designação que James Lovelock atribui ao planeta Terra «Gaia», obtemos uma ideia romanesca de uma ciência de comportamento dos seres humanos para com o telurismo sábio da mãe Terra.
Não pensem que é despropositado; o Homem tem que aprender a Arte de se integrar no universo em que vive, quer ele queira ou não, e não a subversão do mundo numa predação contínua.
Esta ideia só nos é estranha porque estamos habituados a nos considerarmos «Os Reis da Criação» e que este mundo não é mais que uma vasta savana para nosso deleite ocioso.
Os biólogos e cientistas já não olham a Terra como um «calhau» inerte e errante no espaço, desprovida de sentido e objectividade, mero acaso da vida intergaláctica, devido à conjunção ocasional de fortuitas reacções bioquímicas. Consideram-na um «Ser Vivo», pulsante e inteligente, dotado de inter-acções tão complexas quanto as do cérebro humano.
Vão mais longe, propõem uma síntese das diversas ciências, que dantes consideravam separadamente o estudo do Planeta: Geologia, Geoquímica, Climatologia e Biologia Evolutiva. Chamam a esta perspectiva científica actualmente actualmente de «Geofisiologia».
Uma visão totalmente «quântica» da convencional visão científica, transformando o olhar macrocósmico do universo e algo abstracto, numa relação intima de cada ser humano com a parte do mundo que habita: o observador e o observado - a relação da experiência de amor entre ambos.
Fritjiof Capra, no seu magnífico livro, «O Tao da Fisica», mostra-nos as conotações existentes entre as descobertas mais recentes da física sub-nuclear, e a teoria das partículas, e a filosofia oriental. O «experimentador/expeimentado» comprovado em laboratório. Fritjiof Capra não é uma pessoa qualquer, é um pesquisador, Físico teórico (Ph.D.) Austríaco, além de escritor.
Afirma que o experimentador afecta o experimentado de uma maneira evidente. Como diz um poeta da actualidade « Estamos à beira de comprovar a fórmula química de Deus».
Rémy Chauvin, Prof. na Sorbonne, autor polémico de «Certaines Choses Que Je Ne M'Explique Pas», além de inúmeros trabalhos científicos, tem fama entre os seus congéneres de abordar temas «malditos» para a comunidade científica - ou melhor, assuntos inexplicáveis cientificamente. O grande medo da comunidade científica sempre foi que os seus alicerces baseados num Cartesianismo primário fossem postos em questões.
Por exemplo, os Russos, nunca tiveram medo da Parapsicologia, aliás, foram os seus maiores pesquisadores para além dos americanos.
O estudo da própria ciência vai muito mais longe a partir do estudo da sociedade das abelhas e das formigas, da análise das harmonias do canto das aves e do ciclo de vida dos vermes parasitários. Descobriu uma característica evolutiva que os Darwinistas refutam, por contradizer a sua teoria,«A COMPLEXIDADE».
Rémy Chauvin, nãso sendo de forma nenhuma um Creacionista, afirma que a Netureza se diverte «a complicar». Desta "complicação" Chauvin apreende sinais de um súbtil Engenheiro que dirige a evolução segundo um projecto preciso, cujo âmago está ainda por desvendar.
Mesmo Stebbins -- um Darwinista convicto -- declara «Se as ascensões para uma maior complexidade foram raras na evolução, as descidas para uma maior simplicidade foram ainda mais raras. Resultado: um aumento de complexidade.»
Deste ponto de vista a Ecologia poderá vir a ser a única ciência do futuro ou, a Religião da modernidade: a integração do Ser Humano com o Planeta!
Edgar Morin afirmava que «o Ser Humano é o único animal dotado de desrazão», porque toda estética e eticamente toda a fauna e flora obedece às leis gerais da sobrevivência e adaptação e apenas o homem se excluiu orgulhosamente desta saudável cooperação.
O grande cientista James Lovelock diz: «Gaia é forte e dura, mantendo o mundo em condições para aqueles que obedecem às leis, mas que se mostra impiedosa quando destrói os transgressores. O seu objectivo é manter o planeta em condições de vida. Se os seres humanos se intrometerem no seu caminho, serão eliminados impiedosamente.»

segunda-feira, 30 de março de 2009

Morreu MAURICE JARRE

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O grande compositor das trilhas sonoras de filmes como «Doutor Zivago» ou «Lawrence da Arábia», faleceu hoje.
A minha tristeza, por tamanho talento nos ter sido retirado!

MORREU «Maurice Jarre» - o grande criador da soundtrack de Doctor Zhivago

CONTAS ABERTAS NOS BANCOS DA SUIÇA


Isaltino de Morais, acossado em Tribunal agora pelas suas contas na Suiça, teve e displicência de dizer que os políticos em Portugal não declaram o seu património.
Mais difícil é entender porque é que a sua Secretária Particular, que deve ganhar um ordenado absolutamente vulgar, acumulou subitamente 190 mil Euros na conta, e um seu parente, que é taxista, juntou de súbito 220 mil Euros.

ALBUNS DE CULTO « Alan Parsons Project »- Ammonia Avenue

La Conscience

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La conscience est un lieu où toutes les forces de l'organisme, physiques et psychiques, sont convenues de se rencontrer. Comme à Genève si vous voulez... Genève est une ville où les représentants des puissances amies ou ennemies du monde entier se donnent rendez-vous, et au moins pour quelque temps elle devient la conscience du monde: il y a des mises au point, des discussions, des décisions. De la même façon la conscience est un lieu où les forces de toutes natures viennent se projecter autant que les circonstances le permettent, et dire leur mot.
Elle est comme un tableau où s'inscrit tout ce qui se passe dans ce monde qu'est l'être humain, mais édidemment, suivant l'état de conscience large ou rétréci, lumineux ou tenebreux, ces inscriptions sont plus ou moins visibles.
Il faut que l'homme soit instruit dans la science initiatique pour arriver à se rendre maître de sa conscience et ne pas se laisser influencier par toutes les forces qui viennent du monde entier. Sa voix doit être supérieure à celles de tous les autres qui discussent et qui se chamaillent. Un Initié ne peut pas empêcher que certaines images, certaines suggestions parviennent jusqu'à sa conscience pour essayer de le gêner dans son travail, mais il sait s'en débarasser. Tandis que la conscience d'un homme ordinaire est un écran où n'importe qui projette n'importe quoi de telle sorte qu'il n'a pas la possibilité de vivre une vie indépendante; il est toujours harcelé, toujours piétiné, toujours en discussion et en guerre.
Um Initié est celui qui a compris que les interêts - de tous différents organes - doivent converger dans l'interêt de l'être tout entier.

Mikhael Aivanhov
(Fraternité Blanche Universelle)


domingo, 29 de março de 2009

Ryuichi Sakamoto - Energy Flow

ALBUNS DE CULTO: Alva Noto & Ryuichi Sakamoto « VRIOON»

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O SANTÍSSIMO QUADRILÁTERO


A Internet tem andado num grande frenesim ultimamente por causa da Wikipédia - a enciclopédia livre - e a Web 2.0, e o novíssimo «Citizendium» - o compêndio dos cidadãos - devidamente em "estado Beta" , para substituir a Wikipedia que muitos intelectuais dizem ter sido «devassada». O conceito não é novo, e sobretudo é verdadeiro! Há inúmeras informações na Wikipedia totalmente falsas!
Mas ninguém fala do Google! Essa máquina de busca maravilhosa, pela sua extraordinária e até miraculosa eficiência.
Os americanos, como de costume, decidiram abrir uma Igreja. É isso mesmo que estão a pensar. Chama-se «GoogleChurch.com». Denominaram-na como «Googleonia», e anda toda gente muito satisfeita angariando filósofos e pensadores para decidir qual será a sua filosofia transcendental e teológica!
Já se adiantaram algumas teorias, segundo as quais a «Googleonia» terá uma filosofia destituída de pares de opostos, por isso a dualidade da vida será eliminada.
Perguntar-me-ão, como é que uma majestosa máquina cibernética, um colossal diccionário, de um dia para o outro se transforma em Deus. A resposta é simples: SÓ NA AMÉRICA!
Os cartoonistas não têem perdido o seu tempo, e o seu contributo tem sido absolutamente delicioso. Desde a Santíssima Trindade a informar o Vaticano de que tinham passado a «Quadrilátero»... até ao Velho Pai dos Céus a inquirir a "Pomba" do Espirito-Santo se tinha dormido com o Computador!
A nova máquina da Microsoft lançada no início de 2005, resultado de dois anos de pesquisa do seu novo «crawler», pretende com toda a sua ganância fazer ao Google, o que já fez à Netscape: eliminá-la!
Mas o Google sentou-se no topo do mercado de maneira aparentemente cândida, facultando serviços GRÀTIS.
Nos últimos anos passou do processamento de 100 milhões de buscas diárias para mais de 200 milhões. E apenas 1/3 provêm dos EUA. Os outros 2/3 são de 88 países diferentes.
O crescimento exponencial da VeriSign, que opera a maior parte da infraestrutura da Net, diz que no ano 2000 processava por dia cerca de 600 milhões de pedidos de «domain». Actualmente processa «9 Biliões».
O que faz o Google com toda a informação que colecta? Como consegue a máquina resultados tão instantâneos e tão correctos?
No passado a discussão sobre a privacidade na Web tinha como objecto principal a defesa do consumidor, depois do 11 de Setembro, mudou drasticamente.
A «privacidade» parece ser actualmente a sua própria ameaça. Um paradoxo de difícil resolução.
A Google não se mostrou interessada em declarar-se pelos direitos dos usuários, face ao Governo federal em Washington, que insiste ao acesso guardado.
Já nos bastava o «Echelon» que nos guarda dos céus! e que capta tudo, desde chamadas telefónicas a ligações de Internet, além de conversas particulares dentro das nossas próprias casas. Isso já é possivel.
O Google não é diabólico em si mesmo. Foi a primeira «máquina de busca» a utilizar cookies imortais, que eram proibidos.
Quando passamos por uma página Google, ficamos com um «cookie» com identificação, que é gravado no nosso disco rígido, e nos dá capacidade de acesso quase imediato àquela página. Mas fica registado o nosso percurso na internet!
O Google colige informações às quais pode aceder de imediato num espaço de tempo bastante longo.
Eu sei disso porque FORMATEI o meu disco e esqueci-me de salvar os meus textos para o Jornal. Fui buscá-los TODOS. Estavam no mémória do Google (felizmente).
Actualmente o Google monopoliza 75% de todos os «sites» de redes. Os operadores de redes não podem viver sem a aprovação do Google, se quiserem intensificar o tráfego nos seus sites.
Se quiserem tirar vantagens de algumas fraquezas dos algoritmos semi-secretos, o Google paraliza-os, e o tráfego desaparece. Como não foram criados standards, não há qualquer apelo para os «sitios» penalizados.
Com 200 milhões de buscas diárias, o Google é uma bomba atómica á privacidade mundial.
Ainda assim, é a máquina mais perfeita de informação do mundo. A nossa biblioteca privada com acesso a, literalmente, TUDO.

«A CONSCIÊNCIA ELÁSTICA» de Clara Ferreira Alves

Eu tenho um enorme respeito pelas opiniões de Clara Ferreira Alves, uma das componentes do «EIXO DO MAL» com Daniel Oliveira, (um intelectual do Bloco de Esquerda), Luis Pedro Nunes (do Inimigo Público), Pedro Marques-Lopes, (que eu presumo será candidato ao PSD), e Nuno Artur-Silva (moderador -- um ficcionista, das pessoas mais inteligentes e equilibradas - e com humor - deste país).
O último «Eixo do Mal» só veio demonstrar quanto a roupinha suja do Primeiro Ministro está mal lavada.
Seria útil mostrar as contas bancárias da mamã, do «titio», do primo em Satori na China, e de todos os outros da família envolvidos no «Freeport Affair».
Em vez de se andar a vitimizar.:MOSTRE AS CONTAS BANCÁRIAS. É simples, económico e poupa-nos horas de TV sem sentido.

OS CONCERTOS EM SINES


São exactamente 5 e 36m da manhã... ninguém consegue dormir na Baixa de Sines, perto do Castelo.
Parabéns Coelloni. Para a próxima vez ponha os DJs em frente à sua casa!

SINGH KAUR «This Universe»

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Música é música, e eu dou-lhe a relevância que merece como arte substantiva. Mas há uma mulher inacreditável, Singh kaur, que construiu um album com uma única música nos anos 2005: «this universe».
É uma espécie de «Mantra» deliciosa, à la mode de Ravi Shankhar, mas no modo Europeu: brilhante!
Singh Kaur é da escola musical de King Krimson, rock progressivo, lançado em 1981 , com Bill Bruford - desde 1974 - na Banda «Discipline».
"Belew" viria a influenciar a sonoridade da Banda porque saiu dos "Talking Heads", mas mantendo as caracteristicas «new age» de King Crimson.
É um dos albuns mais belos que ouvi. Quem quer paz e introspecção ouça este maravilhoso album.É uma coisa sem explicação. São quase 60 minutos de repetição de um tela lindíssimo que até os pássaros se sentam a ouvir. É delicioso!

O EDUCATÓRIO - The Long And Winding Road- The Beatles + lyrics

aO MENOS APRENDEM A FALAR iNGLÊS.... EHEHEHEH

sábado, 28 de março de 2009

sexta-feira, 27 de março de 2009

Lula da Silva... o discurso do ano

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O senhor Presidente do Brasil, Lula da Silva, fez um discurso notável. «A crise foi feita por gente branca, de olhos azuis, que pensavam saber tudo e agora não sabem de nada».
Aquele homem é de facto uma pessoa que eu admiro. Como se diz em Português vernáculo «Chama os bois pelo nomes».
Grand Show!

High Magic

Hi, i'm from Sidney, Australia, i was looking for Blogs on Taoism and i felt into a discussion in «High Magic» between you and you Russian friend. I'm Paul Ripley, and i am an anthropologist. I've been dealing with xamanism for more than 10 years.
I agree with him in what concerns the symbols. Symbols are the resume of power.
Here we have people that «work on dreams». Quite sophisticated in an intellectual level, and totally distressing in our western point of view.
Anyway, what i want to say is that, symbols are rather efficients when we know how to read them. The important thing is to discover the power they hold, which is not easy. But when we understand is quite astonishing the factor they can produce.

Paul Ripley (Australia)

Conversations sur magie

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Il fallait comprendre comme, par exemple, mon ami Joao au Portugal compreend la Magie d'une façon differente que moi ici en Russie. Mais, cette language est internationale quand t'on arrive à un certain point de La Connaissance. On se compreend par intuition.
La Magie n'est elle pas absolument intuitive? Probablement! Et pourquois? Parce que ça devient d'un pouvoir incognito qui nous échape.
Qui arrive à savoir les «mots du Pouvoir» doit avoir un moyen de contention et de «discretion».
Les symbols sont certainement le chemin, par ceux qui le peuvent lire et interpreter. Mais la intuition c'est d'une utilitée substantive. Par cette porte on accède à un royaume admirable de la perception spontannée.

Piotr Kudryatsev (Russia)

La Aute Magie

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La Magie nous parait se résoudre en deux éléments: le désir d'agir sur n'importe quoi, même sur ce qu'on ne peut atteindre, et l'idée que les choses sont chargées, ou se laissent charger, de ce que nous appellions un fluide humain.
Elle mesure et calcule, en vue de prévoir et dágir. Elle suppose d'abord, elle constate ensuite que l'univers est régi par des lois mathématiques.
La magie intervient comme effet immediat de la poussée vitale. L'homme élargira sa connaissance par l'effort.
Partons donc de l'idée qu'il y a des intentions inhérentes aux choses: nous arriverons tout de suite à nous representer des esprits. Ce sont les vagues entités qui peuplent, par exemple, les sources, les fleuves, les fontaines. Chaque esprit est attaché à l'endroit où il se manifeste. Il se distingue déjà par lá de la divinité proprement dite, qui saura se partager, sans se diviser, entre les lieuz différents, et régir tout ce qui appartient à un même genre. Celui portera un nom; elle aura sa figure à elle, sa personnalité bien marquée, tandis que les mille esprits des bois ou des sources sont des exemplaires du même modèle et pourraient tout au plus dire avec Horace: "Nous sommes sumus".

Piotr Kudryatsev (Russia)

Claudia Acuna - Prelude To A Kiss

O Som e o Poder do Nome

Ursula Le Guin, uma escritora da actualidade, extraordinariamente versátil, que vai desde a ficção científica (ao estilo de Clifford D. Simak - ficção retrograda) até à análise sociológica de psiquiatria de grupos; baseia-se sobretudo sobre o estudo de mitos célticos e momentos de consciência tribal, aplicados à nossa sociedade contemporânea. É extraordinariamente interessante.
Uma das suas melhores obras de ficção - para quem se interessa pelo tema - é «O Feiticeiro de Terramar», uma larga tetralogia, muito bem montada, onde escrutina o «poder da palavra».
Estamos falando de "Alta Magia", que ela apresenta como se fosse uma ficção, mas sabe do que está a falar.
O Poder de deter o nome de alguém e o submeter.
Para o comum dos mortais pode parecer um disparate. O nome de cada um de nós vem no BI, ponto final. Toda gente pode aceder a esse conhecimento imediato.
Mas o nosso nome secreto não vem no BI. O nosso nome secreto é o símbolo da nossa força interior e da incapacidade dos outros não nos dominarem.
Vamos analisar um pouco o que fazemos.
Normalmente, com os nossos amigos mais próximos, quando os conhecemos melhor ou temos mais confiança, denominamo-los de «outra maneira». Por exemplo. Manuela fica a chamar-se «nela», ou mané», ou «nélinha», etc., etc. É a nossa procura do seu nome secreto.
Podem dizer-me que isso é um fenómeno de afecto e aproximação - é claro que é! Também é reduzir a pessoa aquilo que nós determinamos que ela seja, ou melhor, «deter o Poder pessoal do nome» sobre um sentimento. Limitá-la.

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Há diminutivos absolutamentos execráveis que fazem das pessoas escravas de uma apreciação pelo mundo detestável. Mas, mesmo isso, não é o seu nome secreto.
O «nome secreto» é algo difícil de aceder, como uma "password" do computador. A maioria de nós não sabe que tem um nome secreto, a palavra do Poder.
A «palavra do Poder» está ligado às pedras: o primeiro Poder. A fria inteligência do começo da vida na Terra.
Mas como todos sabemos, as pedras são silenciosas. E frias. E absolutamente indiferentes.
Quem quiser saber o seu «nome» pessoal de Poder, fale com as pedras. Escolha-as ao acaso numa praia, ou noutro local, e na sua mão, fale com elas.
Vai ter uma extraordinária experiência. Porque elas, de alguma forma, falam connosco.
E poderá aprender algo sobre «O Poder».

O TEMPO... ESSE GRANDE TRAIDOR

Quando passamos aquela idade em que o plano para o Reveillon se constitui apenas nas toneladas de comidas que podemos ingerir e os hectolitros de álcool que somos capazes de processar numa só noite, tudo se resume à insignificância nostálgica e meditabunda da «passagem do tempo».
Os grandes escritores - todos eles - estiveram sempre fascinados pelo assunto. Marguerite Yourcenar, que falava do "tempo cristalizado na brancura mineral das estátuas" (O Tempo Esse Grande Escultor), Gabriel Garcia Marquez, no seu fabuloso romance «100 Anos de Solidão», ou «O Mar do Tempo Perdido» e tanto assim, Marcel Proust, no seu interminável romance, de não sei quantos milhares de páginas «Em Busca do Tempo Perdido». Acho que nem os académicos leram todos os tomos daquela Obra de uma dimensão inacreditável. Eu não consegui. Parei ao 5º livro e depois fiz leitura transversal dos outros 3.
Mesmo cientistas famosos se debruçaram sobre o tema. John Gribbin, o Filosofo e Astrofísico de Cambridge, Redactor da «Nature», que actualmente faz estudos sobre alterações climatéricas e o abastecimento alimentar mundial, na Univ. de Sussex.
O que é o TEMPO afinal? Pode parecer uma questão absurda, porque é o conceito mais fundamental e mais enganador da sociedade dos nossos dias. As nossas vidas são regidas pela passagem do tempo, assinaladas nos relógios, cronómetros, calendários.
Mas o Tempo é uma variável de difícil interpretação, porque ele próprio se distorce na nossa mente.
Quem não sentiu já a diferença entre 5 minutos de prazer ou 5 minutos de pânico!
Nessas circunstâncias a passagem do tempo torna-se flexível, e corre célere quando experimentamos o prazer, como um riacho feliz, num saltitat de pedra em pedra, de cachoeira em cachoeira, falando às ervas e ás árvores num caminho eufórico deslumbrado de luz.
Na miséria da tristeza ele espande-se, qual pântano rancoroso que invade insidiosamente os locais mais recônditos do ser, num sofrimentos cujos segundos são horas, e as horas se eternizam.
Quando acordamos de ambos destes estados hipnóticos da mente - como diriam os mais práticos - quando caímos na realidade comum, a verdade tangível, nada parece ter tido qualquer importância. Na verdade não existe ... a Realidade é apenas a percepção mental de um momento.
As ideias, os estados mentais, os sentimentos, são como fogueiras a arder. Enquanto ardem, se lhes dermos combustível, ardem cada vez mais! Se lhes retirarmos a atenção... apagam-se!
O TEMPO é a ATENÇÃO que permitimos ao espirito de se FOCAR num determinado tempo e espaço. Porque, no fundo, o tempo não existe. Nós usamo-lo, estendendo-o ou encolhendo-o de acordo da subjectividade da nossa percepção e a dependência das nossas emoções.
Quando Carlos Castaneda, o antropólogo da Uni. da Califórnia encetou os seus estudos sobre práticas mágicas entre os Xamãs mexicanos, descobriu uma cosmogonia absolutamente fascinante. Como cientista, tentou levar todas as entrevistas segundo os preceitos académicos, do ponto de vista do observador imparcial, mas acabou inexoravelmente no experimentador/experimentado - algo quantico - onde quem observa a experiência a altera pela observação.
O «xamã» mexicano tentou explicar-lhe que o tempo não se movia do ponto A para o ponto B, porque o tempo era um fenómeno interior, uma tomada de consciência. Quem pudesse excluir essa percepção de «movimento» que determina o fluxo temporal, poderia de forma prodigiosa «suspender o tempo».
Harry Harrison, no seu brilhante livro «The Legion Of Time», esclarece-nos o conceito do "rio do tempo", como se fosse uma árvore em permanente ramificação, com inúmeros futuros possiveis.
Se cada decisão que tomamos afectam o nosso futuro, então deverá haver um número infinito de futuros. No conceito do «Rio do Tempo» o futuro é imutável. Se e no caminho para o trabalho decidirmos apanhar o autocarro em vez do metropolitano e morrermos num acidente rodoviário, a morte estava predestinada. Mas se o futuro for como uma árvore em constante ramificação, teremos vários futuros, um no qual morremos e o outro em que continuamos a viver porque preferimos o metro.
Mas quando pulverizamos o Tempo com os nossos sentimentos e as nossas emoções, não há nada a fazer, porque não temos a noção que ele existe. São apenas sensações cuja intensidade se diversifica e o faz alargar ou encolher.
O Tempo é um grande traidor........... ou será que somos nós que nos traímos a nós mesmo?

quinta-feira, 26 de março de 2009

IAN ANDERSON

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É uma espécie de personagem mítica. Flautista e líder dos Jethro Tull - considerado o «melhor flautista do mundo» nos anos 70, tem uma voz deliciosa, de uma suavidade que nos surpreende, e que não condiz com a imagem quase bárbara que apresenta em palco. Costuma tocar a flauta com apenas um pé no chão e o outro numa posição Yogui, que se chama o «4».
Tocou com inúmeros grandes músicos fazendo apenas solos vocais, como Vangelis Papathanassiu. Em «Earth and Hell» é sublime. Aliás, quando a sua voz entra normalmente a música escapa-se-nos. Ele enche a tela musical por completo. É um formidável artista. É Escocês e basta!
Compositor, guitarrista, flautista formou os Blades em 1963. Disse um dia que deixou de tocar guitarra eléctrica porque nunca seria tão bom como o Eric Clapton, e entregou-se à flauta. E aí foi inigualável.
É um dos animais de palco mais inesperado porque improvisa continuamente e a Banda tem que seguir o seu percurso. É raro de facto. Mas todos nós já nos habituámos à sua criatividade. É um prazer vê-lo em palco, seja ao vivo ou na TV ou DVD.
Olha, deixo um conselho ao meu amigo Carlos Seixas, Produtor das «Músicas do Mundo» em Sines. Seria uma magnífica oportunidade de o vermos no Castelo, mesmo que tivessemos que 'cortar' algumas outras Bandas internacionais.

Albuns de Culto: KITARO & IAN ANDERSON - Lady of Dreams

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quarta-feira, 25 de março de 2009

HELPLESS - Crosby, Stills, Nash and Young with Joni Mitchell

THE THIRD CULTURE

leia aqui:

Edge 276
Edge 276—March 4, 2009


Prémio Literário Diário do Alentejo .... autor João do Ó Pacheco 11/05/2007

Deolinda e o rádio de pilhas

Foi no ano do terramoto. Lembro-me como de um presságio, porque os pôr de sol eram vermelhos como sangue ao fim da tarde e os homens queixavam-se que os ouriços da maré estavam vazios e as navalheiras sabiam a fénico.

Eu já tinha entrado para o colégio e sentia-me um homem por fumar cigarros às escondidas do meu pai e ouvir o "Je t’aime moi non plus" do Gainsbourg e da Jane Birkin, num gira-discos portátil, a que ternamente chamávamos de frigideira, que arrancava a impulso manual e depois continuava a rodar por força da inércia, das pilhas ou da areia acumulada no interior, nunca o soubemos muito bem. Abria a janela do meu quarto de par em par e enchia a rua e a paciência dos vizinhos de melodias dos Herman Hermits e das canções melosas do Cliff Richard e a sua mocidade em férias.

Era um tempo sem tempo aquela janela onde o sol vinha despedir-se com um calor manso que fazia rescender o perfume do óleo de cedro nas madeiras aquecidas dos móveis e o odor balsâmico da cera nos soalhos brilhantes. E eu ficava em silêncio à janela a mirar o astro no seu declínio sereno rumo ao horizonte provável e as nuvens que sem rumor, misturavam as cores da paleta universal numa orgia de tonalidades mágicas, maviosíssimas, que a linguagem humana ainda não sabia nomear, quase desmaios de uma beleza virgem, uma urgência de não ser, enquanto o passaredo alvoroçado, numa vertigem de liberdade, cortava o ar num sussurro acrobático de penas.

Foi nessa tarde que conheci esse pequeno duende que surgira do nada numa pequenina saia de chita às flores como uma borboleta aos trambolhões no vento.

Fiquei a olhar aquele pequeno personagem que não fazia parte habitual da placidez da minha intimidade. Era nova por ali. Ela olhou para cima, para a janela e bateu as mãos e dançou de uma maneira tão cómica que desatei a rir. Fiquei a saber então que tinha uma fã incontroversa da música da minha janela.

Chamava-se Deolinda, dissera a minha mãe mais tarde, e a família tinha vindo do Algarve para trabalhar na Fábrica de Conservas. Como toda a gente trabalhava e ela ainda era muito pequenina ficava por ali o dia inteiro a brincar com os cães vadios e a fazer recados às vizinhas por um pirolito de pinhão. Fora por certo tocada por alguma fada benfazeja porque a sua pequena cara esperta coberta de madeixas louras como um espanador de ventos guardava um permanente sorriso e um olhar loquaz, como os cães quando colocam a cabeça de lado e levantam as orelhas para nos olhar com curiosidade animal.

A partir daí, todas as tardes, mal ouvia a música sair da janela do meu quarto, lá vinha a pequena Deolinda no seu vestidinho de chita às flores dançar no meio da rua. Sempre o mesmo vestido de chita e as mesmas sandálias cambadas e o mesmo cabelo de espanar as estrelas e o mesmo sorriso de cão curioso. Era uma criaturinha muito bela cuja pobreza lhe entregara um mundo apenas de sorrisos e esperanças. Mais nada.

Não sei porquê, talvez a idade, a escola… de repente deixou de aparecer. Minha mãe disse-me que a vizinha, mãe da Deolinda, falecera de tuberculose e que se tinham mudado para outro lado da vila, para uma casa mais barata, porventura uma barraca.

Nunca mais pensei na Deolinda nem no seu vestido de chita e os anos foram passando. Muitos anos, quase uma vida inteira.

Uma vez, na esplanada de um café, enquanto bebia a minha bica e lia o jornal senti que alguém me observava. Daqueles sentimentos que não sabemos explicar mas que nos incomodam. Olhei em volta quase automaticamente mas não conheci ninguém. Apenas uma criatura me fitava de longe, da esquina da rua. Era uma moça muito magra, espartilhada numas calças de couro negro e uma camisa roxa que já vira dias melhores e um cabelo louro despenteado a precisar urgentemente de um banho. Encostava-se à esquina da rua com displicência acrobática sobre umas botas de camurça de saltos altíssimos enquanto compunha a imagem para o mundo enrolando uma boa de penas de avestruz mal tingida e com melas de calvice a enrolar-se como uma cobra raquítica à volta do pescoço escanzelado. Era uma figura extraordinária, sobretudo para a hora do almoço na esplanada de um café. Ela enfrentou a análise do meu olhar com ostensivo desafio e mirou-me desdenhosamente do fundo daquele poço negro onde incrustrara duas pequenas contas brilhantes e inquietas a que chamava olhos. Costuma-se descrever os jovens como seres cheios de energia e vitalidade e força de viver. Do meu ponto de vista, a sua grande maioria, são criaturas lúgubres, deprimidas e meio zombies que caminham pela vida como se nos fizessem o enorme favor de aqui estar, por isso afastei o olhar daquela visão de assombro e voltei ao meu jornal. Foi então que algo me sobressaltou e me fez levantar os olhos de novo. Como se fora um gesto habitual a rapariga bateu as palmas, moveu-se da esquina da rua sobre as suas botas periclitantes, seguida de um grupo de mal vestidos e passou perto de mim naquela estranha procissão onde ela era sobejamente a rainha e, com um sorriso que mais parecia um esgar de dor debruado por duas postas de sangue dirigiu-me um olhar vivo e matreiro e, com um gesto de cabeça quase imperceptível, disse: "Boa tarde senhor Beatles!".

Por qualquer razão desconhecida, do fundo da minha memória, surgiu-me uma pequena criatura de saia de chita, com os olhos a brilhar de contentamento a bater palmas e a dançar no meio da rua.

Fiquei siderado com o jornal pendente sobre a mesa a olhar aquele grupo que desaparecia na luz ofuscante da tarde. Era a Deolinda!

Via-a por várias vezes no desamor das tardes solitárias de café, umas vezes cambaleante, outras eufórica e descontrolada mas não mais voltou a cumprimentar-me ou sequer a dar pela minha presença. As suas botas tornaram-se cambadas, uma perdera um salto que ela transportava na mão como um criança abandonada, a boa de penas de avestruz ficara cada vez mais calva e o cabelo empapara-se em óleo e porcaria. Um dia perguntei a alguém ao meu lado quem era aquela personagem que viera assombrar os meus dias de memórias improváveis e disseram-me que era uma traficante que parava nas rotundas a vender tudo o que realizasse algum dinheiro à custa do seu corpo destruído pelo vício. Cheguei mesmo a visitar um bar muito na moda entre os jovens onde ela era seguramente a estrela principal. Ali chamavam-lhe Dolly Califórnia e a sua decadência cada vez mais visível tornara-se incómoda como uma descida aos infernos anunciada.

Um dia, quando voltava a casa, ao passar por um parque de estacionamento, via sentada no chão, tinha acabado de vomitar. Não consegui ignorá-la e aproximei-me para perguntar, "tu és a Deolinda, não és?"

Ela olhou-me de um local qualquer que já não era deste mundo, com a maquilhagem borrada e a baba do vómito a cair-lhe sobre a camisa roxa rasgada, esboçou um sorriso como um esgar e disse: "sou eu, senhor Beatles". Todo o meu corpo se condoeu daquela desgraça como quando vemos um cão que acaba de ser atropelado e levamos para casa para tratar. Mas aquele universo não fazia parte do meu e, por descarga de consciência, depositei umas moedas na mão que se estendia sem vergonha. Um sentimento de culpa lancinante como uma lâmina atravessou o meu coração. Afastei-me sem saber porque haveria de me sentir assim, tinha vergonha por ela, tinha vergonha por mim, um universo de sentimentos intempestivos varrera a minha alma como uma ventania e não sabia o que fazer, não sabia o que pensar. Fiquei a vê-la, debruçada sobre si mesmo, a contar as moedas para o próximo "fix" e os meus olhos ficaram rasos de água.

Nunca mais passei pelo parque de estacionamento nem nunca mais fui àquele bar malfadado onde ela se passeava como uma princesa roubada do trono, expulsa da vida, numa procissão macabra que orgulhosamente mostrava aos outros o caminho.

Vieram-me dizer, tempos mais tarde que tivera uma overdose e estava terminal. Por fim, morreu. No funeral, tristíssimo, composto por três ou quatro velhas faladoras e meia dúzia de cães sarnentos, ouvi os comentários. Dissera à enfermeira que quando morresse, lhe pusesse dentro do caixão um rádio de pilhas a tocar porque não sabia para onde ia, mas se fosse para a mesma solidão em que vivera aqui, preferia o som de um rádio de pilhas para não se sentir tão sozinha. E a enfermeira cumprira a promessa.

autor João do Ó Pacheco
11/05/2007 - 09h57



O ESTADO DO ENSINO EM PORTUGAL

Eu não consigo deixar de contar esta história porque é mais ou menos inacreditável. A que ponto chegou o Ensino em Portugal.

http://raivaescondida.files.wordpress.com/2008/10/mlrimagfm2by4.jpg
Ontem, suponho, o treinador Mourinho, considerado o maior do mundo, recebeu da sua Universidade a subida condição de Doutor Honoris Causa, que como todos sabemos é um título honorífico a uma personalidade que desempenhou ou contribui para o ensino da sua profissão uma qualidade de desempenho extraordinário.
Estava eu num café da Baixa de Sines olhando num plasma a cerimónia oficial - o café estava cheio - quando na mesa do lado um rapaz se volta para mim e pergunta: «Oh João, quem é este Onório que dá prémios».
Eu olhei para ele e perguntei em voz baixa: «Estás em que ano «fulano-de tal».
«Sou finalista do 12º», respondeu.
«E estás em que área» inquiri, «Ciências?».
«Não, estou em Humanisticas».
Então cala-te que eu explico lá fora... não te faças passar por um vexame!»
Assim vai a «COLTURA» em Portugal.

Comment y Arriver?

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L'être humain possède en lui-même des facteurs extrêment efficaces: la pensée, l'imagination, la volonté.... Et ceux qui se sont lancés à l'expirementer la puissance de ces facteurs sont allés très loin, jusqu'au sommet. Pas tous, malheureusement, parce que c'est très difficile, il y en a très peu qui sont arrivés, mais même s'il n'y en avait qu'un seul, ça suffirait; un seul suffirait à prouver que c'est possible. Or, il y en a beaucoup plus qu'un! Et si on demande à ces êtres-lá comment ils y sont arrivés, par quel moyens, ils vous expliqueront comment on doit se concentrer, méditer, se nourrir, respirer, tout cela pour vous faire comprendre à la fin que dans l'âme humaine, dans l'esprit humain sont déposées des puissances inouies qu'il faut éveiller, canaliser, diriger et controler.

Piotr Kudryavtsev (Russia)

The Polarities

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The 'Third World' countries are all cultures that are rooted more in the feminine principle than are developed countries. They have a greater connection to the earth, to intuition, to spirit. But they are not as developed technologically. They don't have the male aspect that would allow them to get out there and make their way in the world. They suffer as a result. They are overrun and taken advantage of by the male energy-dominated cultures. We industrialized nations suffer, too, from our lack of connection to the earth. Each side has to learn the other. We all need balance. The world needs balance.
If you can find balance in yourself, you'll help the world to become more balanced.
(from my friend in Austria)
Georg von Holtsburg

ELE EM TUDO

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E vem como um sonho

Envolto de silêncio e mistério

Destilando seiva essencial

Nutre meu corpo e alma

E permanece do ébano ao azul

E espreita-me no brilho da lua

Quando rasga o olhar da noite

Voa no profundo do sono

Ilumina a aurora de um sorriso

É quando os pássaros espalham alegria

Por entre o espanto e o verde

O orvalho desliza carícias

É este o sonho que consumo

É assim que morre o tempo

Ou a saudade já nem sei

Mas sei que por ele em tudo

Eu também vivo

 

© Clivânia Teixeira (Brasil)



George Michael - The Long and winding road. Live.

A MULHER DO ESTRANHO OLHAR

Aconteceu-me há vários anos este encontro inesperado.
Estava eu sentado numa pequena esplanada de um café, quando uma jovem se acercou de mim, num modo absolutamente original. Eu, na altura, trabalhava para o Turismo e isso não constituía nenhum problema. Mas não tinha costume de me relacionar fora do trabalho com estranhos. Pediu para se sentar. Eu, obviamente, disse que sim. Mas a conversa seguinte foi deveras intrigante.
Não me perguntou coisa nenhuma, por isso embaraçadamente fui eu que tive que fazer as honras, de forma algo confusa. Ninguém se senta na minha mesa, sobretudo a falar em francês, de quem eu não faça uma leitura peregrina « que se passa aqui? ».
Tudo se assemelhava a uma coisa qualquer traiçoeira. A rapariga parecia estar absolutamente à vontade comigo e eu totalmente em pânico. Ainda não estávamos nos tempos em que ninguém não acredita em ninguém.
Perguntei-lhe as coisas básicas, entre m whisky e outro. Ela só bebia água Evian, caríssima, mais caro que o meu whisky.
Mas vinha vestida naquelas jeans surradas e uns ténis que deviam ter sido moda há 20 anos, vermelhos, nojentos, mas bonitos! A pessoa menos acreditável do mundo.
Perguntamos sempre coisas básicas para entabular conversação. O nome, o sexo - se não é perceptível - no fundo o que estão ou vão fazer no futuro próximo.
A coisa mais estranha na moça era a sua solidão habitada. Aquele olhar sem perguntar coisa nenhuma.
Foi quando comecei a ficar inquieto. Ficamos sempre inquietos com gente que não nos é comum.
Revelou-me que estava de passagem por aqui. As pessoas normais perguntam de imediato «Então para onde vai» e coisas desse teor. Achei tudo tão estranho que era escusado fazer-lhe a pergunta.
Eu uso óculos escuros em permanência por hiper-alergia à refracção das casas brancas alentejanas. Ainda assim, tirei os óculos para olhar a jovem que tinha uns olhos profundamente negros. Foi um momento tão confidencial que eu nem sei explicar.
Eu nunca tinha passado por uma experiência destas, em que nada se passou. Dissemos adeus com um simples aperto de mão... e acabou ali.
Mas aquela pessoa tão completamente diferente das outras a que sempre me habituei e se senta na minha mesa, utiliza a minha intimidade e fala directamente comigo como eu falo com o meu cão, foi uma experiência única.
Sem querer nada, nem dinheiro, nem sexo... só companhia de meia-hora!
Se há pessoas inesperadas no universo, aquela mulher de olhos negros ficará para sempre no meu coração. Não por ser bonita. Eu nem reparei se era bonita. Mas tenho a certeza que era única.
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O seu olhar enigmático dizia mais, dizia da solidão, da falta de esperança, da presença contínua da morte, do seu desprezo por tudo o que a vida lhe retirara. No fundo, a total ausência de Deus na sua alma.
Aquele olhar sombrio e espelhado de azeviche lembrou-me de uma freira que apanhei na mesma carruagem no comboio Bruxelles para Genève. Não tinhamos qualquer motivos para conversa, até porque não sou católico, mas sou bem educado. Estávamos frente a frente nos bancos e ela sorria, com o sorriso das mulheres cujo mundo já abandonou há muito e só cá estão como partidárias da solidariedade do nosso desespero.
Perguntei-lhe: «Para onde vai Irmã?». Ela era francesa. Nunca se sabe naquelas paragens do mundo com tantas línguas e fronteiras em que lingua nos respondem. Mas ela respondeu: «Para onde Deus quiser que eu vá». Eu esbocei um sorriso, o que ela achou extraordinário. E concluiu: «Ninguém vai para lado nenhum a não ser que Ele o deseje, por isso não estou preocupada».
Foi isso exactamente o que vi naquela rapariga de olhar estranho que dizia ir para o norte de África viver com os Berberes sem quaisquer condições financeiras.
Aquela solidão inusitada, aquela coragem ambígua, entre o deserto e o oásis, comoveu-me imenso.
Espero que tenha chegado a algum oásis e não ao deserto. Mas, se a sua procura era o deserto, era porque sabia suportar por mais de 40 dias os limites da provação.
Eu ainda contínuo comodamente no meu sofá há mais de 20 anos ouvindo jazz e pensando na profundez do seu olhar. Enquanto ela, provavelmente, terá tipo mil aventuras, ou simplesmente morreu, ou quem sabe vive com um sheik num palácio no meio das areias. Quem sabe.
Porque uma mulher com um olhar daqueles nunca poderia deixar ninguém indiferente.

OBAMA GRAND SHOW!

CNN live tonight brought us one of the greatest interview of Barak Obama with the Press in Washington.
The guy was absolutelly great. He is, without any doubts, a Leader.
His approach on ethics and finance was totally irreproachable. The man is intelligent.
I think it took more than 45 minutes' direct answers to more than 12 important newspapers in the world, or more, i didn't actually scrutinized, but his behaviour was impeccable. Grand Show!

terça-feira, 24 de março de 2009

O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA VIDA DE MARIANA

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Mariana acordou sobressaltada com o som estridente do despertador. Aquele despertador era uma espécie de inimigo natural, já amassado de tanta queda e trambulhões que tinha levado com o seu despertar intempestivo ao gesto intuitivo da mão que o recusa. Levantou-se porém num acto automático e ainda estremunhada entrou na casa de banho e abriu o duche, enquanto se mirava abstracta no espelho tentando reconhecer-se a si mesma.
Eram 6 e meia da manhã. A casa estava mergulhada num enorme silêncio e a luz do dia ainda não despontara.
Ainda assim, Mariana abriu as cortinas da janela e olhou a madrugada lá fora como se contemplasse o vazio. As luzes da cidade ainda estavam acesas, e um carro ou outro passava lá muito embaixo do seu apartamento do 7º andar sem fazer ruído.
Encaminhou-se para a sala, ainda ensonada, abriu a TV para ver as imagens do trânsito à entrada da cidade e ouvir as primeiras notícias da manhãs. Depois, ligou o computador para ler os e-mails que tinham chegado durante a noite. Eram muitos. Pensou que seria melhor fazê-lo depois do duche que já corria e devia estar quente.
Quando saiu do banho estava totalmente desperta e agradavelmente veio sentar-se na sala em frente à TV para ouvir as "últimas" da manhã.
Começou a escrutinar mentalmente o que iria vestir. A luz despontava no horizonte e a manhã finalmente saía azul do negrume da noite.
Pensou na sua saia verde e seu colete castanho. Ainda tinha tempo, podia fazer experiências de roupa.
Foi-se vestindo até vir meia vestida ouvir o noticiário das 7 e ver de novo o trânsito nas entradas da cidade e a barafunda que poderia evitar se fosse mais cedo.
Quando finalmente estava totalmente preparada para sair - embora ainda fosse cedo - sentou-se de novo em frente à TV, sua companheira de solidão.
Ela sabia que havia algo que não estava correcto mas a sua intuição feminina não sabia dizer-lhe o quê.
Ficou silente e perplexa durante uns instantes, e abandonou os seus actos automáticos, como se de repente todo o universo se tivesse abatido sobre si.
Ao olhar as longas filas de carros que entravam na cidade na TV teve de súbito a noção de que não teria que sair de casa: tinha sido despedida no dia anterior.
Ficou queda e rigida, espantada, com a informação que o seu cérebro lhe dava. E a memória acorreu em catadupa com todos os acontecimentos do dia anterior.
Afinal não tinha que ir trabalhar. O sorriso despontou-lhe nos lábios mas foi quase um esgar rasgado de angústia.
Ainda ficou alguns instantes contabilizando os seus sentimentos mas resolveu fazer café. Não havia pressa nesse dia.
Quando entrou na cozinha, impecavelmente arrumada, não a reconheceu. Não era costume tomar café em casa. Aliás, nem almoçava nem jantava em casa. Saía demasiado cedo e chegava demasiado tarde, e cansada para algo mais que não fosse um banho e o sono para o dia seguinte.
Ligou a máquina eléctrica do café mas não fazia ideia onde andaria o café. Então começou a abrir armários da sua cozinha «modelo» que jamais tinha sido utilizada.
Começou por descobrir coisas espantosas de que já nem se lembrava. Tinha um Bule chinês para café lindo e chávenas que não tinha a menor ideia quando as teria comprado. E lindissimos pratos pintados á mão para sopa.
O café estava fora de prazo há um ano pelo menos, mas ela utilizou-o na mesma. Não seria pior que o café que serviam no botequim ao lado do seu trabalho.
Tudo para ela era um espanto. A sua casa era um universo inabitado. Tudo ali era uma arrecadação de memórias que ela tentava recordar agora porque tinha adquirido tantas coisas e nunca tivera tempo para se servir delas.
Veio sentar-se com o café em frente à TV e começou a ouvir vozes lá fora. Eram as suas vizinhas falando uma com a outra, que ela nem conhecia. Cruzara-se com elas no elevador, mas nunca tinha falado com elas. Falavam de janela para janela sobre coisas triviais. O cão, o gato e o preço da fruta. Mariana estava fascinada com tudo o que lhe estava a acontecer. As vizinhas diziam que iam pôr o lixo no contentor, e ela curiosa tentou encontrar lixo para ir também, se encontrar com elas. Mas não havia lixo em casa.
Olhou a sala à sua volta, os cinzeiros impecavelmente limpos, os CDs arrumados nas estantes e os livros cuidadosamente catalogados por autor. Estava cada vez mais perplexa: aquilo era a sua casa, o seu Forte, arrumado como um museu. Ninguém ali vivia, ou pelo menos, nenhuma alma parecia habitar aquele espaço.
Começou por tirar os sapatos de salto alto que tanto a incomodavam. Tirou a roupa em seguida que jogou no chão sem se preocupar, e foi em busca do seu robe japonês vermelho com dragões que se lembrou que tinha. Revolveu tudo até o encontrar, vestiu-o e volto á sala de estar.
Procurou algumas bolachas, que estavam fora de data, mas não se importou muito.
Sentou-se, bebeu seu café, e pôs sua música dos tempos de juventude.
E em frente à TV sem som, ouvindo suas músicas preferidas, bebendo seu café fora de prazo e suas bolachas com mofo, finalmente sorriu.