domingo, 8 de fevereiro de 2009

As clareiras do grande bosque


"Há tanta vida, tantos passos, tantas vozes, tantos lugares em mim
Há tantos começos, tantos momentos decisivos, tanta procura
Regresso e parto de novo, e atravesso as clareiras do grande bosque
Com tudo e sem nada, disposta a receber o íntimo como se fosse tudo, disposta a aprender, a ouvir, a ver, como se entrasse num país desconhecido sem regresso
Prendo-me na súbtil brisa sobre a vegetação, no vagar dos animais, na escuta do veado, nos troncos e nas folhas das árvores
Entrego-me a um silêncio, a uma vida grandiosa e imperceptível que já lá estava antes de eu chegar, atravesso a clareira, vou mais longe
Até que todos os lugares, todas as vozes, todos os passos percam o seu peso
E eu possa ouvir o sopro da vida autêntica, a que apenas segue o sol, a chuva, o fluir exacto e eterno de um não-tempo
E sentir a raiz da luz, daquilo que liga um coração à vida"
(Maria José Botelho)
Zeza prós amigos