segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

O Grafia do Poder: O Som


A simbologia do som é uma contenção de poder. A imagem que a contém em si mesma é a emissão do acontecimento. O acontecimento é um acto. Por isso se determina num convénio simbólico tratado por gestos não actuados: os símbolos... ou melhor, os actos quietos, ou "O não acto".
A alta magia nasce daí: da descrição arquitectónica do som e na sua reprodução em grafismos. Quem conseguir descodificar a designação simbólica, é garante da execução do Poder.
René de Tryon-Montalembert aborda a análise no livro 'Cabala e a tradição Judaica' e das suas "palavras de fogo". Seriam aquelas a que se refere o Antigo Testamento como as palavras de Deus - os símbolos que como palavras foram queimados na pedra - porque a voz de Deus não é audível senão por símbolos.
Mais tarde vim a encontrar no prof. Maxwell Maltz e a sua "Psicocibernética" um conceito absolutamente identico. Diriam os cinicos que todos os encontros intelectuais são preconcebidos. Mas, de cinicos e de cépticos está o inferno cheio, até porque são os únicos que nunca têm dúvidas.
Voltando ao som que resolve e decifra o símbolo.
Há uma história muito curiosa sobre um monge que cumpria voto de silêncio há tantos anos que, quando começou a falar, tudo o que dizia tornava-se realidade. Mesmo as coisas mais improváveis. Cada palavra dele tornava-se emissão de poder e as coisas simplesmente aconteciam.
Isso para convir que a psicocibernética de Maltz funciona num principio que é "l'image de soi". A imagem de si mesmo. Um simbolo deveras interessante porque funciona como a temática dos espelhos de Jorge Luis Borges, ou a Alice in Wonderland, do matemático Lewis Carroll.
Dizia Maltz que a designação da vontade subconscientemente dirigida conduziria à realização do facto. Ou melhor, o acto de fazer, é decretado pelo desejo não contaminado. Uma espécie de preambulo do Zen ideal. Tal como o coelho permanentemente atrasado do conto de Carroll - que não tinha mais nada para fazer a não ser não chegar atrazado.
Isto traz-nos ao SOM.
Maxwell Maltz acha que o poder é interior e conduz a edificar construções funcionais a partir de ideias. Ordens interiores que constroem exteriores. Emissões de sons não audíveis, neste caso. Tal como o atrazo contínuo e histérico do coelho de Carroll.
Diria Shakespeare, "Much ado about nothing". O ruído em excesso. Que além de consumir o "tempo" dissolve o poder por uso de palavras.
A palavra é em si mesmo o uso de poder. Toda a gente sabe isso de alguma forma. Como diria Roland Barthes, o símbolo é a palavra contida: A PALAVRA POTENCIAL. O poder antes da emissão. A assinatura de Deus.
Quando toda a gente anda pagando o caríssimo 'aparat' Suiço para resolver o enigma de Deus e saber se o BigBang foi um som ou a emissão de uma ordem cósmica, sem ovo nem galinha, as coisas resumem-se mais ou menos a 5 mil anos atrás e à inteligência dos japoneses e indianos.
O não entendimento da importância da emissão das palavras em conversas comuns - e por arrasto a emissão de ideias que são sonoras segundo muitos intelectuais - é um grande desgaste de energia.
Quem sabe do que falo sabe que vamos ter que cuidar desta última vaga de reencarnações. Mas o "shift" está próximo e nós todos estamos a ficar velhos. Eles têm que se cuidar a si próprios e.... passar.
No entretanto cuidem das palavras em cada pensamento. O desgaste do verdadeiro PODER não é útil a nenhum de nós. E pensem no som.... silenciosamente.