sábado, 30 de agosto de 2008

OS AVATARES DO DEUS SOL

HORUS - O Princípio 'Deus-Sol'

Os Mitos Fundadores do Cristianismo - O Deus Sol



Zeus, conhecido também sob o nome Zeus Pateras, que consideramos relacionado a um mito, e não correspondente a uma figura histórica, vai buscar o seu nome à designação indiana Dyaus Pitar. Dyaus Pitar foi, por seu turno, buscá-la a Ptah egípcio e a Pitar; de Ptah provém a palavra "pater", ou 'pai'.
Zeus é ainda semelhante a Dyaus, que se tornou Deos, Deus, Dios ou Dieu. Zeus Pateras, tal como Dyaus Pitar, significa "Deus Pai". Em nenhum momento se trata aqui de um personagem histórico. Dyaus Pitar tornou-se Jupiter, na mitologia romana, e também não é representativo de nenhuma figura humana histórica. Na mitologia egípcia, Ptah, pai da humanidade é ao mesmo tempo o "deus-princípio" ou força invisível, ao qual o sol está ligado como mandatário visive, que traz a vida eterna à terra; por consequência, o "filho de Deus" seria na verdade o "sol de Deus".
Com efeito, de acordo com Hotema, o mesmo acontece ao nome do Cristo, que proviria do termo "Kris" (como no nome de Krishna), que é uma outra designação so sol. (Massey - Le Livre égyptien des morts, pp 1-2.)
Além disso, dado que Horus era chamado o "KRST", muitos séculos antes da designação judaico-cristã correspondente, podemos inferir sem a menor dúvida que o mito de Jesus Cristo constituia uma simples repetição do mito de Horus.
Segundo o reverendo Taylor, o título de Cristo sob a forma Hebraica, o Ungido, era propriedade de todos os reis de Israel, e dessa maneira "geralmente usado por todos os impostores, prestidigitadores, e todos quantos pretensamente se faziam passar por comunicadores sobrenaturais. Hotema faz questão de precisar que o nome "Jesus Cristo" não tinha sido oficialmente adoptado pela Igreja, sob essa forma, antes do Concilio de Niceia, em 325 d.C. (Massey - L'Introduction au Livre égyptien des morts). E que o aspecto barbudo e de cabelo comprido do deus Serapis foi usado para determinar a figura do Cristo.
Nos factos relatados, até os nomes de locais e denominações de personagens do Novo Testamento podem ser comparadas como transposições hebraicas feitas a partir de textos egípcios. Por exemplo, na história de Lazaro, ao personagem pretensamente ressuscitado de entre os mortos por Jesus, os primeiros cristãos, nem se deram ao trabalho de mudar o nome, El-Azar-us, correspondente à designação egípcia do personagem retirado à morte por Horus.
O conto egípcio era provavelemte anterior em mais de 1000 anos à versão judaica. (Lloyd Graham - Désillusions et mythes de la Bible, p.338). Este conto egípcio constitui uma alegoria ao curso do sol através da constelação Sirius, trazendo-lhe a luz da vida. (Massey - Christianisme gnostique et historique)
- Não é uma história verdadeira. O principal inimigo de Horus - na origem, a outra cara ou o aspecto "sombrio" de Horus - era Seth ou Sat, de onde vem Satan. (Walker, Massey, Churchward)
- Horus luta contra Set da mesma maneira que Jesus contra Satan, passando 40 dias no deserto, entre outras similitudes (ibid, p.398)
- Era em razão disto que o mito figuraria a victória da luz sobre as trevas, ou melhor, o retorno do sol libertando do terror da noite.

O nome Jerusalem significa "Local de Paz" (um voto piedoso), e o nome da cidade de Israel foi-lhe atribuido posteriormente aquele da cidade santa da paz (Salem) da Génese e dos textos sagrados egípcios, que existiam bem antes da Biblia. Da mesma maneira, Bethânia, cidade onde teria tido lugar a multiplicação dos pães nos evangelhos, significa "Quarto de Deus", e a récita constituiria uma alegoria para a "multiplicação dos seus filhos fora dela". A designação correspondente em lingua egípcia era Bethanu. (Massey, Churchward & Graham)

O livro do Apocalipse é de origem egípcia e zoroastriana. Aí encontramos alguns nomes de lugares alegóricos tais como "Babilónia" e "Israel" fazendo referência à Biblia hebraica. Massey defende que o texto do Apocalipse, em vez de ter sido escrito pelo apóstolo João no 1º século depois de cristo, foi inspirado numa tradição da alta antiguidade, velha de 4000 anos. (Massey - Le Jésus historique et le Christ mythique). Massey afirma que o Apocalipse se referia à lenda Mithraica de Zaratrusta. A forma comum desse texto foi atribuida por Churchward ao escriba de Horus cujo nome, Ioan, nos foi transmitido como o de João. Horus foi também designado sob o nome de "Anu(p) o Baptista", que deu "Joao Baptista". (Henri Stierlin - La Vérité sur l'Apocalipse)

O próprio nome "Israel", longe de ser uma denominação judaica, é formado pela combinação de três nomes diferentes de divindades: Isis, a deusa da terra venerada em todo o mundo antigo; Ra, o deus-sol egípcio; e El, o deus semita, cuja figura nos foi transmitida sob a forma de Saturno (Walker). El/Saturno era um dos nomes mais antigos para o deus dos antigos Hebreus (daí Emmanu-El, Micha-El, Gabri-El, Samu-El, etc.), e o seu culto transparece no facto dos judeus fazerem ainda hoje do sábado o dia consagrado ao Sabbat. O mesmo facto que faz com que os cristãos venerem o seu deus ao domingo (sun-day = dia do sol em inglês), o que trairía as suas verdadeiras origens. O seu "salvador" era efectivamente o Sol, a "luz do mundo que cada olho pode ver". O sol foi universalmente designado, através da história como salvador da humanidade, por razões evidentes: sem o sol a vida no planeta não podia durar.

A censura Cristã foi historicamente tão longe nos seus actos que levou os cristãos a um quase analfabetismo generalisado no mundo antigo e, asseguraram-se que o segredo dos seus passos ficasse guardado dos olhos das massas. Mas, os eruditos doutras escolas e seitas jamais renunciaram aos seus argumentos na procura da explicação histórica de antigas figuras míticas. Actualmente perdemos um grande número de testemunhos desses eruditos dissidentes, porque os cristãos destruiram quase todos os traços dos seus trabalhos. Ainda ssim, preservaram algumas relações dos seus múltiplos conflitos com os detractores, na tentativa de refutação.
Por exemplo, um dos primeiros pais da Igreja, Tertuliano (160-220 d.C), ex-pagão e bispo de Cartago, admitia ironicamente a verdade das origens do mito do Cristo e de todas as outras divindades divinizadas com a afirmação (na refutação que tentava fazer a criticas das quais era alvo): "Vós dizeis que nós adoramos o sol; vós fazeis o mesmo." (Wheless) Mais tarde renunciaria ao cristianismo.

Alguns conjecturam que o apóstolo Paulo também é uma figura mítica (Graham - Désillusions et mythes de la Bible; Raymond Bernard - Apollonius le Nazaréen) Robert Ambelain, em 'La vie secrète de Saint Paul', revela que foi este principe herodiano de origem Idumea, Saul, que "criou" o Cristo, um princípio místico inspirado numa figura mítica. O verdadeiro Jesus não era mais do que um galileu rebelde, um chefe de bando em revolta contra a dominação romana e crucificado como um pretenso rei. Que este descendente do rei David se faça chamar de "Senhor" em Israel é perfeitamente normal! Que ele tenha tido zelotas armados e sicários (o Iscariota) com ele; que a multidão de Judeus o aclamou como "rei dos Judeus" e que ele proclamou a vinda de um reino como iminente, tudo isso também está nos evangelhos. Mas ele teve que se resolver por um reino espiritual e, tal como Osiris, reinar no Além. A lei romana reinava sobre a Terra naquele momento. (R. Ambelain - Jésus ou le mortel secret des templiers)

A razão pela qual todos estes mitos se assemelham, colocando em cena um deus humanizado, que foi morto e ressuscitado, que fez milagres e teve 12 discípulos, pode querer dizer que essas récitas foram baseadas no movimento aparente do sol nos céus, em conformidade com um esquema astro-teológico que pode ser encontrado em todas as culturas, porque em todo o lado se pode observar o sol e as posições consignadas nos 12 signos do zodíaco. Dito de outra maneira, Jesus Cristo e todas as outras figuras míticas, que apresentam as mesmas características, não seriam mais que personificações do sol, e o esquema dos Evangelhos a simples repetição de uma fórmula mitológica referindo os movimentos aparente do sol nos céus. (John Maxwell - Votre Église ne veut pas que vous lisiez; Carpenter - Les fois payennes et chrétiennes; Taylor - Diegesis).
Por exemplo, muitos dos deuses humanizados e crucificados são tradicionalmente festejados a 25 de Dezembro. Isso seria pelo facto de os antigos terem reconhecido que, numa perspectiva geocentrica, o sol parecia deslocar-se anualmente em direcção ao sul até o 21º ou 22º dia de dezembro, ponto do solstício de inverno, cessaria o seu movimento aparente durante 3 dias, e pareceria retomar o seu movimento em direcção ao norte. Em relação a este movimento aparente os antigos declaravam que o "sol de Deus" "tinha morrido" durante três dias e "renascido" na data 25 de Dezembro. Os antigos tinham-se dado bem conta da necessidade do sol e da sua luz para reviver cada dia da sua vida, e ficariam transtornados de inquietação se o sol continuasse a deslocar-se sempre para sul, se não parasse e não revertesse a sua direcção no seu movimento aparente. Assim, diferentes culturas teriam celebrado o "sol de Deus" no dia 25 de dezembro.

O Cristo dos Evangelhos não é em caso nenhum uma figura histórica ou um modelo supremo da humanidade, que sofre, tenta e fracassa em salvar o mundo com a sua morte há 2000 anos. É um mito, estabelecido sobre os fundamentos de outros mitos e lendas relacionadas com divindades pagãs humanizadas, elas mesmas personificações do mito omnipresente do deus-sol.
Além disso, à sua chegada a Corinto, Paulo não teria mais que fazer do que substituir um deus-sol, Apollon, pelo deus-luz, Jesus-Cristo. Depois foi Artemis que cedeu o seu lugar à mãe do novo deus, tornando-se 'rainha do céu'.

O Conhecimento Secreto dos Gnósticos


O Divino Misterioso

"A designação Gnosticismo, deriva do Grego gnostikos (aquele que tem gnosis, ou 'conhecimento secreto'), é um termo académico moderno. A evidência do fenómeno Gnóstico, que foi encontrada nos Padres da Igreja que se opuseram aos ensinamentos Gnósticos (Iraneus, c. 185; Hippolytus, c. 230; Epiphanius, c. 375) e nos escritos dos próprios Gnósticos, revela uma diversidade em teologia, ética, e ritual que desafia uma classificação estrita. Mas, as seitas Gnósticas parecem ter partilhado um papel importante no poder redemptôr dos conhecimentos esotéricos, adquiridos não pela aprendizagem ou pela observação empírica, mas por revelação divina."
- Encyclopaedia Britannica

"Havia Gnósticos nas academias Greco-Romanas, os Platonistas (médios), antes do nascimento de Cristo (ie, Figulus, Eudorus of Alexandria, Thrasyllus). Esses são os Platonistas Pitagorizantes que (antes de Plotinus) mantinham que o Conhecimento podia ser aperfeiçoado quando comungado com o Divino, o Divino misterioso. Cícero fala de Figulus (45 a.C.), o espiritual, contemporâneo de Apollonio de Tyana, o fazedor de milagres e místico espiritualista, também um Pitagórico."
- Paul Trejo

"O principal dos ensinamentos declara que existe um ser superior ou poder que é invisível e não tem forma perceptível. Este poder é aquele que pode ser contactado pelo ser humano, e através do qual o homem se pode controlar a si mesmo e decidir o seu destino. Os diferentes pregadores religiosos através dos tempos, usando os seus credos de diversas formas, entravam em contacto com este poder, e todas as suas religiões contêm mais ou menos escondido um núcleo de iniciação. Este é o segredo que os Sabedores podem comunicar aos seus discípulos. Mas o segredo só pode ser adquirido exercítando a mente e o corpo até que o homem terrestre esteja tão refinado que se torne viável como veículo para o uso deste poder. Mais tarde, o iniciado identificar-se-á com o poder e, no final, atingirá o seu verdadeiro destino como personalidade purificada, infinitamente superior aos restantes humanos não iluminados."
- Arkon Daraul, Secret Societies

"Era como se os Platonistas Médios procurassem incorporar Misticismo na perfeita lógica de Platão. O Oriente ainda tinha uma grande influência nos velhos Romanos, tal como hoje tem nos jovens Californianos. A ideia principal é a inimizade entre a carne e o espirito, e a necessidade de um mediador entre eles."
- Paul Trejo

Os Aeons

"Quando a alma desce para ser gerada (da sua forma semi-divina) ela partilha o mal, e é levada por um longo caminho até um estado que é o oposto à sua inicial pureza e integridade, para ser apenas imersa em nada mais do que escuro lodo."
- Plotinus

"De maneira simples, os Gnósticos/Platonistas acreditavam que havia "O Bem" do qual saíam uma variedade de emanações (Aeons). Pelo seu lado os Aeons estavam dispostos de maneira sequencial, que era determinada pelo Conhecimento do Aeon; quanto mais sabiam mais altos ficavam colocados e mais perto de "O Bem". Cada uma destas entidades está consciente daqueles que ficam abaixo deles, mas é-lhes vedado o conhecimento de tudo o que fica acima deles. Servem como intermediários que temos que evitar (bypass) na nossa jornada até "O Bem". Como seres humanos, somos na verdade os filhos d'"O Bem" e fomos separados dele; foi-nos dado este corpo como punição, porque em essência somos espíritos. De forma a de novo nos reunirmos a'"O Bem", temos que obter o segredo da Gnosis, que nos permitirá evitar todos os Aeons e, sobretudo, o mais ignorante deles, o Demiurgo, que criou este mundo material e nos fez encarnar (fechou na carne = enfleshed us). Os Gnósticos acreditavam que o conhecimento secreto era transmitido por figuras salvadoras, que incluíam Seth, Enoch e Jesus."
- Maged S. Mikhail, The Gnostics, A Survey of Gnostic Beliefs and Gnostic-Christian Ties"

"Nos sistemas gnósticos estruturados, no início estava o incompreensível, invisível, eterno e ancestral não-gerado, Profundidade; Profundidade deu origem a um duplo fémea, Silêncio. Juntos produziram outro par de Aeons, que se foi multiplicando até catorze pares semelhantes, cada um deles com menos poder e memória que aquele anterior que o gerou. No nível mais baixo encontra-se Sabedoria e o criador Deus. A salvação consiste em voltar a subir a escada das emanações divinas e reunir-se com a Cabeçadivina."
- Robert W. Funk, Roy W. Hoover, and Jesus Seminar, The Five Gospels
A Tradição da escada (também reflectida na escada de Jacob no Antigo Testamento) remonta aos Pyramid Texts

(There is thus a converse in virtue of which the essential man outgrows Being, becomes identical with the transcendent of Being. The self thus lifted, we are in the likeness of the Supreme: if from that heightened self we pass still higher - image to archetype - we have won the Term of all our journeying. Fallen back again, we awaken the virtue within until we know ourselves all order once more; once more we are lightened of the burden and move by virtue towards Intellectual-Principle and through the Wisdom in That to the Supreme. This is the life of gods and of the godlike and blessed among men, liberation from the alien that besets us here, a life taking no pleasure in the things of earth, the passing of solitary to solitary.)
- Plotinus, Six Enneads

Caminhos da Salvação

A rejeição dos Gnósticos ao corpo físico, como um estado de ser degenerado, pode ser encontrado nos cultos dos mistérios Helénicos (particularmente nos Mistérios Orficos) mas também aparece nos Manuscritos do Mar Morto.

"Mas eu fui retirado do pó (e do barro) fui formado como uma fonte de porcaria e de obscena vergonha, um monte de pó amassado (com água...) na permanente escuridão."
- Thanksgiving Hymn IQH + 4Q427 Frag. 3 20:24-26a (atribuido Teacher of Righteousness)

Os Gnósticos "definiram três tipos de homens; o espiritual, o carnal e os do-meio (os 'Soulish'). Os espirituais, foi-lhes dito, seriam salvos não importa aquilo que fizessem, os carnais era assumido que estavam para além de qualquer salvação, e os do-meio, acreditava-se serem capazes de salvação se seguissem a maneira Gnóstica e agissem de acordo com as regras. Esta doutrina de 'alguns serem salvos não importa o que fizessem' levou muitos a viver vidas despreocupadas."
- Maged S. Mikhail, "The Gnostics, A Survey of Gnostic Beliefs and Gnostic-Christian Ties"

Mesmo "o mais perfeito de entre eles faz todas as coisas proibidas sem vergonha."
- Ireaneus, Against the Heresies, I. 15.4

Talimãs Mágicos

"Os Gnósticos eram uma sociedade fechada; dizia-se que usavam pedras com serpentes gravadas e outros símbolos como talismãs e prova de iniciação, e que empregavam senhas e apertos-de-mão secretos para se identificarem aos outros membros da seita."
- Ancient Wisdom and Secret Sects

"Pedras mágicas gravadas provinham provavelmente dos papiros oraculares Egípcios que foram evoluindo como uma espécie de substituição aos amuletos no Novo Reino. (As pedras inscritas eram normalmente gravadas com uma figura ou de um Deus grego tradicional ou de um deus egípcio Helenizado, tal como Isis ou Anubis, com uma pequena inscrição 'Preserva-me' ou 'Concretiza a minha licitação'.)
"As inscrições dessas pedras-gemas mágicas são quase todas em letras gregas, mas na maior parte das vezes são sílabas sem significado para impressionar o comprador pela estranheza do som. Um exemplo típico dessas fórmulas é: aththa, baththa, ibi, abi, selti, belti. Algumas vezes eram inscritas uma série de letras que liam igualmente de trás para diante como de diante para trás. Nalgumas vezes é mais importante o valor numérico do que o valor fonético. Quando a cada letra Grega é dado o seu valor numérico, o total de todas as letras fornece um número com significado mágico... Essas palavras não têm significado em Grego, mas a primeira linha (citando o exemplo da gema vermelha de jaspe) contém os rudimentos de uma palavra mágica conhecida de todos nós - abracadabra. esta palavra, acreditava-se, tinha poderes mágicos; as pedras com este nome inscrito eram denominadas de 'pedras abraxis'. A origem do nome é incerto, mas aparece pela primeira vez num poema do século segundo d.C."
- Bob Brier, Ancient Egyptian Magic

"Um nome era, de certa maneira, a totalidade do ser. Na verdade, esta é uma noção muito antiga que antecede a era Grega e que provém da religião dos Antigos Egípcios. Conhecendo um nome de um Aeon, não apenas dava à pessoa conhecimento sobre ele mas também poder sobre ele, de forma que o Aeon deixava de ser obstáculo na viagem de retorno das almas ao "O Bem".
- Maged S. Mikhail, The Gnostics, A Survey of Gnostic Beliefs and Gnostic-Christian Ties"

"Os Gnósticos possuiam muitas fórmulas parecidas com 'abracadabra', e tinham orgulho, acima de tudo, do seu conhecimento secreto dos nomes dos demónios. Só quando uma alma sabia esses nomes e podia dessa forma controlar os seus poderes, podia repetir toda a fórmula e mostrar o símbolo certo, e ungida (i.e., 'crismada') com o óleo sagrado, podia então encontrar o caminho para o sétimo céu, o reino da luz. Assim, a característica principal do Gnosticismo era a transmissão de um para outro, em segredo absoluto, das doutrinas do ser, a sua natureza, nomes, e símbolos dos sete demónios ou Anjos, que lhes poderiam barrar o caminho para atingir o último objectivo."
- John Allegro, The Secret Mushroom and the Cross

Raízes Filosóficas

"O Primeiro Gnóstico sobre o qual alguma coisa pode ser dita, com alguma confiança, foi Simão o Mago, um professor Judeu heterodoxo que apresentou o primeiro conceito Gnóstico de que o Mal tinha resultado de uma fractura dentro da Cabeçadivina. Mas a gnosis de Simão continuou essencialmente Judía e monoteísta, tal como os círculos gnósticos a que alude as últimas partes do Novo Testamento.
A fase dualística foi atingida depois da expansão do Gnosticismo ao mundo Helénico sob a influência da filosofia Platónica, à qual se pediu de empréstimo a doutrina do baixo demiurgo, responsável pela criação deste mundo. Estes ensinamentos são encontrados no Apocryphon de João (início do 2º século) e noutros documentos de gnosis popular descobertos perto de Naj Hammadi, no Egipto superior, em 1940, e em Pistis Sophia, trabalho Gnóstico do 3º século, em Cpta, pertencente á mesma escola.
Naj Hammadi, também conhecida Nag Hammadi, é uma cidade em Qina muhafazah, na margem ocidental do Nilo, no Alto Egipto. Aí, em 1945, foram descobertos os papiros de Nag Hammadi, uma colecção de 13 códices de escrituras gnósticas e comentários escritos no 2º e 3º século.
Entre estes, o Codex de Jung (denominado em honra do psicoanalista Carl Jung) inclui cinco importantes items: uma Oração do Apóstolo Paulo; um Apocryphon de James, relatando revelações comunicadas do Cristo subido aos céus aos seus apóstolos; o Evangelho da Verdade, talvez para ser identificado ao trabalho do mesmo nome atribuído a Irenaeus a Valentinus; a Epístola a Rheginos, um trabalho Valentiniano, possivelmente da mão de Valentinus, sobre a Ressurreição, e um tratado Tripartido, provavelmente escrito por Heracleon, da escola de Valentianismo. os outros documentos de Naj Hammadi incluem o Evangelho de Tomás, colecção de ditos e parábolas atribuídas a Jesus; o Apocryphon de João, que representa o primeiro capítulo de Genesis em termos mitológicos; e escritos atribuidos a Philip, Maria Madalena, Adam, Pedro e Paulo."
- Encyclopaedia Britannica

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O Gnosticismo


Em 1209 EC (Época Corrente = Depois de Cristo), toda uma população de Albigenses (da cidade 'Albi' que foi um dos centros dos Cátaros (=os puros = do Grego 'catarsis' = purificação) foi literalmente extreminada naquilo que foi chamado do "Massacre de Montsegur". Esta população do Sul de França - a mais técnica, social e economicamente desenvolvida de todo o Continente Europeu, na época - era composta, na sua maioria, por Gnósticos e Cristãos Arianos, e também um 'santuário' para os Judeus perseguidos por toda a Europa. Todos estes grupos tinham um elevado grau de literacía e podiam ler a Bíblia - coisa que era proíbida pelo Vaticano. Inocente III, o Papa na altura, estava determinado a pôr um ponto final na "heresia Gnóstica" que não seguia as tradições católicas, embora acreditassem na deidade de Cristo tinham fortes influências platónicas, acreditavam na reincarnação e, considerando a matéria impura pelo pecado, repudiavam imagens esculpidas e pintadas por mãos humanas. O certo é que as suas doutrinas se espalharam por toda a Europa e o Papa, vendo o seu negócio ir por água abaixo, excomungou todos os que faziam parte ou apoiassem a "heresia cátara" - o que resultou pouco ou coisa nenhuma. A indiferença que lhe foi dedicada desatinou o Papa Inocente - cujo ego era maior que o do seu cruel Deus e cuja fortuna e poder suplantava o de Reis -, que resolveu fazer uma Cruzada, comandada pelo lendário Simon de Montfort, e um exército de mais de 30 mil homens. A matança ficou nos anais da História pela impiedade com que foi conduzida e a resposta ao soldado em frente à cidade de Breziers: "Como devo reconhecer os bons dos maus?"... o representante da Igreja ripostou "Matem-nos a todos. Deus reconhecerá os seus!", acabou por ficar na História universal da infâmia. Foram chacinadas nesse só dia 20 mil homens, mulheres e crianças. Não satisfeito, Inocente III, criou logo em seguida a Inquisição para tratar dos que haviam sobrado nos próximos 500 anos. As estatísticas falam de mais de 50 milhões sob o epíteto de 'heréticos'.
Isto é um facto histórico. Mas, o que se passa com os Gnósticos, Arianos e Judeus que produz tanto ódio e fúria na Catolicismo oficial?
O Gnosticismo é muitas vezes referido como um 'culto' de 'conhecimentos secretos' ou, para citar, "Estes evangelhos enfatizam conhecimentos que os iniciados têm e os outros não." Esta definição Católica é uma tentativa de se separar das suas origens. Muitos grupos Gnósticos partilham com os Cristãos a rejeição das Leis de Moisés e a salvação através de trabalhos; o credo de que outros seres criaram o mundo material; partilham o credo do divino mediador entre Deus e o homem; e finalmente o credo de que nada do que é "mundano" tem alguma importância. Só a fé em, ou conhecimento de, este divino mediador (1 Tim 2:5) conduzirá à salvação e à vida eterna.

O Gnosticismo encara o mundo como uma série de emanações d'"O" mais alto. A emanação mais baixa foi um deus mau (o demiurgo) que criou o mundo material como prisão para a centelha divina que habita no corpo dos homens. Os Gnósticos identificam este mau criador com o Deus do Antigo Testamento, e vêm Adão/Eva e o ministério de Jesus, como tentativas de libertar a humanidade deste domínio, pela partilha dos segredos da sabedoria divina.
Os Gnósticos, tal como os Cristãos, têm uma leitura alegórica do Antigo Testamento.
O Gnosticismo está carregado de Budismo e de outros temas religiosos orientais, e vai beber sequiosamente no Platonismo.

O Gnosticismo não é uma religião definida e, na maior parte dos casos, é um campo de despejo das "heresías", como são definidas pela Igreja Católica oficial. Tem sido um processo de negação que vem desde o tempo de Constantino e de Niceia em 325 EC.
O Cristianismo é mais Gnosticismo do que Judaísmo, e uma maneira de combinar as duas, opondo sistemas de teologia e pensamento. O Cristianismo não é monoteísmo mas panenteísmo(*).
O Cristianismo e o que foi chamado Gnosticismo (termo moderno), ambos evoluíram de raízes comuns, num vasto sincretismo Helenístico (Grego), seguindo o Grande Império de Alexandre.

(*)Panteísmo e panenteísmo - Há duas filosofias básicas sobre Deus, sendo uma oriental e outra ocidental. A oriental vê Deus mais imanente em nós e em todos os demais seres. Já a Ocidental tem Deus como sendo um ser transcendental e distante de nós, lá nas alturas. O filósofo alemão Kreuse criou a palavra 'panenteísmo' = deus presente em tudo (aceite pelo jesuíta filósofo Teillard de Chardin)
Panteísmo do Grego Pan = tudo; Teos = Deus (deus imanente em todos os seres)


Este Império estendeu-se desde a Grécia até à India, e levou a um 'sincretismo' (=fusão de elementos culturais diferentes) de muitas filosofias e religiões. Promoveu um fio conductor para que a religião Oriental se movesse em direcção ao Ocidente, e a filosofia Grega se movesse em direcção ao Oriente. O nascimento do Gnosticismo ocorreu nesse período, muitas vezes ignorado, entre o declínio da Grécia e a ascensão de Roma, até o ano 300 EC (cerca de 600 anos). Faz parte de um hiato de 300 anos na Biblia Protestante, entre Malaquias e Mateus. Os Apocrifa dão-nos apenas escassos indícios do que realmente aconteceu durante esse período.

O Gnosticismo difere do Cristianismo 'oficial' em dois aspectos principais: 1) Os Gnósticos acreditam que o mundo material foi criado mau e corrupto, e 2) Jesus era um espírito, e não carne.
Jesus nasceu do Espirito Santo em ambos: Gnosticismo e Cristianismo, mas no Gnosticismo o Espirito Santo é o "feminino" ou o aspecto fémea de Deus. Assim, o Espirito Santo foi a verdadeira "mãe" de Jesus.

(É muito duvidoso que Jesus tivesse tido alguma aprendizagem panteísta. Na melhor das probabilidades ele aceitou o milenarismo Judeu prevalente dos seus dias. Deus vivia nos céus afastado do mundo, ainda que pudesse actuar no mundo quando desejasse. Um dia Ele destruiria a terra actual e substituí-la-ia por uma terra transformada na qual a nação Judía seria ressuscitada e restaurada.
O panteísmo Cristão deriva de duas raízes evangélicas: São Paulo, no seu famoso depoimento aos Atenienses: "Porque n'Ele vivemos, e movemos, e temos o nossos ser.", embora esta declaração pareça uma citação de um poeta grego, Aratus, provavelmente influenciado pelo estóico Cleanthes, que era panteísta. E nos Actos (ii.1-3) na ideia do Espirito Santo que enche os Apóstolos e lhes dá poder para falar linguas.)

A diferença que separa o Cristianismo e o Gnosticismo do Judaísmo está em 'quem' ou 'o quê' criou o Universo.
Ambos rejeitam a ideia de Deus (o Deus Judeu) ter criado o Universo e afirmam que outros seres o fizeram. Na verdade, os Gnósticos (incluindo João e Paulo) acreditavam que a Lei fôra dada por seres inferiores, vendo o Deus Hebreu como um anjo caído ou, pior, o próprio Diabo. A Cristandade afirma que Jesus criou o Universo antes de se tornar carne. Os Gnósticos divergem afirmando que Jesus era um espírito.

Genesis 1:1, "No princípio, criou Deus os céus e a terra." E Malaquias 2:10, 'Não temos nós todos um Pai? não nos criou um Deus?" (Não há menção a outros seres, etc.) Mas temos João 1:1,
"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no principio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez."

Será engano? que é um credo Gnostico/Platonista "onde outros, etc.," que fazem parte de Deus criaram o universo?
Isto é um sincretismo entre (cristã) Cristologia e (secular) Platonismo... Platonismo era uma compreensão básica da operação do cosmos que via o mundo materialista de maneira dualista; separado de um Deus transcendente, mas comunicado pelo Logos (pensamento, sabedoria, creatividade). Em termos simples: o pensamento Platonista do mundo espiritual como bom, e mundo físico como mau.

É actualmente largamente aceite entre académicos Judeus que o Farisianismo, Saduceismo e os cultos pre-Gnósticos, que apareceram no século segundo antes da EC, eram o resultado de um sincretismo de filosofia Grega (em particular o Platonismo) e os vários credos Judeus.
Da mesma maneira, é largamente aceite que mesmo que o Gnosticismo totalmente desenvolvido não tivesse aparecido senão no segundo século da nossa era, o pré-Gnosticismo estava presente no segundo século antes da EC. Este sincretismo é facilmente observável no paralelismo dos escritos Rabínicos, o Velho Testamento Apocrifa, Philo, e os escritos dos filósofos Greco-Romanos.

Há muita disputa sobre as origens do Gnosticismo entre os académicos. Alguns pensam que a sua origem é fundamentalmente pagã, mas que adoptou o cristianismo; outros traçam a sua origem no Judaismo mas, parece claro, pelo menos nas suas formulações teológicas que foi muito influenciado pelo Platonismo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A PEDRA FILOSOFAL


«Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso.
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.

Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto. sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquinista,
mapa de um mundo distante.
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
tára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultr-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.»

(António Gedeão)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

História Dos Dois Que Sonharam

O historiador árabe El Ixaqui refere este acontecimento:
«Contam os homens dignos de fé (mas só Alá é omnisciente e poderoso e misericordioso e não dorme) que houve no Cairo um homem possuidor de riquezas, mas tão magnânimo e liberal que perdeu-as todas menos a casa de seu pai, e se viu forçado a trabalhar para ganhar o pão. Trabalhou tanto que o sono o venceu uma noite debaixo de uma figueira do seu jardim e viu no sonho um homem todo enxarcado que tirou do bolso uma moeda de ouro e lhe disse: «A tua fortuna está na Pérsia, em Isfaján; vai lá buscá-la.» Na madrugada seguinte acordou e empreendeu a longa viagem e enfrentou os perigos dos desertos, dos navios, dos piratas, dos rios, das feras e dos homens. Chegou finalmente a Isfaján, mas no recinto dessa cidade surpreendeu-o a noite e deitou-se a dormir no pátio de uma mesquita. Havia, junto à mesquita, uma casa e pelo decreto de Deus Todopoderoso, uma quadrilha de ladrões atravessou a mesquita e meteu-se na casa, e as pessoas que estavam a dormir acordaram com o barulho dos ladrões e gritaram por socorro. Os vizinhos também gritaram, até que o capitão dos guarda-nocturnos daquelas redondezas acudiu com os seus homens e os bandoleiros fugiram pelo terraço. O capitão mandou revistar a mesquita e nela encontraram o homem do Cairo e deram-lhe tantos acoites com varas de bambu que esteve às portas da morte. Ao fim de dois dias, recuperou os sentidos na prisão. O capitão mandou-o buscar e disse-lhe: «Quem és tu e qual é a tua pátria?» O outro declarou: «Sou da famosa cidade do Cairo e o meu nome é Mohamed El Magrebi.» O capitão perguntou-lhe: «O que te trouxe à Pérsia?» O outro optou pela verdade e disse-lhe: «Um homem ordenou-me num sonho que viesse a Isfaján, porque aí estava a minha fortuna. Já estou em Isfaján e vejo que essa fortuna que me prometeu devem ser os açoites que tão generosamente me deste.»
«Perante semelhantes palavras, o capitão riu-se até mostrar os dentes do sizo e acabou por lhe dizer: «Homem desatinado e crédulo, três vezes sonhei com uma casa na cidade do Cairo em cujo fundo há um jardim, e no jardim um relógio de sol e depois do relógio de sol uma figueira e a seguir à figueira uma fonte, e debaixo da fonte um tesouro. Não dei o menor crédito a essa mentira. Tu contudo, aborto duma mula com um demónio, andaste de cidade em cidade, somente por acreditar num sonho. Que eu não volte a ver-te em Isfaján. Toma estas moedas e vai-te embora.»
«O homem guardou as moedas e regressou á pátria. Debaixo da fonte do seu jardim (que era do sonho do capitão) desenterrou o tesouro. Assim Deus o abençoou e o recompensou e exaltou. Deus é o Generoso, o Oculto.»
Jorge Luis Borges
in 'História Universal da Infâmia'

domingo, 24 de agosto de 2008

TÉCNICA LIVRE DE MEDITAÇÃO


Chamo-lhe Técnica 'Livre' de Meditação porque este conjunto de processos que vou descrever - o melhor que puder - não está ligado a nenhuma Escola específica e, na verdade, é um conjunto de vários procedimentos provenientes de diversas técnicas meditativas conjugado para facilitar a obtenção de "um resultado".
Gostaria de explicar o que quero eu dizer por 'um resultado' - sabendo à partida que 'um resultado' é algo contraproducente, no que diz respeito há aquisição do Conhecimento. Portanto, esta técnica 'livre' - nesta fase - não se esforça aqui por obter qualquer tipo de 'Conhecimento' do tipo místico, mas sim a obtenção de 'resultados' com valor físico: redução do stress, descontração, relaxação e, inevitavelmente, compreensão do funcionamento do cérebro, durante o acto de meditação.
Aqui há dias, uma amiga minha que pratica Reiki, dizia-me da grande dificuldade que tinha em alcançar um verdadeiro 'sítio mental' de descontração.
Embora eu não conheça as técnicas de Reiki, pela descrição que ela me facultou, o tipo de Meditação que essa escola segue - ou que foi patrocinado à minha amiga - é do tipo Yoga e baseia-se na respiração Pranayama, ou seja, Meditação com a atenção focada no acto da respiração: 'respiração controlada'.
Esse método, que quase todos os noviços em meditação já experimentaram, é de facto difícil numa primeira abordagem, e não vamos utilizá-lo aqui. A respiração Pranayama, para um Ocidental, tem a mesma dificuldade que o Yoga: a abordagem ocidental competitiva.
Nunca é demais relembrar a todos os meditadores ou praticantes de Yoga, que a base de todas as práticas Yogi é a 'não competição' com outros, inclusive competir por não-competir.
E, é sublinhado o facto: "muito menos competir connosco mesmo".
Perguntar-me-ão vocês então, porque referi eu acima no texto 'um resultado'? Porque um resultado é um objectivo!
É que um 'objectivo' pode ser não-competitivo... pode ser integrante! E isso é um 'resultado'.
O filósofo-escritor Alan Watts, que escreveu o magistral livro 'O Budismo Zen', disse um dia mais ou menos o seguinte: 'O Zen é algo que para ser compreendido, tem que ser participado e, depois de entrar, não há razão para sair. Por isso só pode ser explicado de dentro para fora, do ponto de vista do experimentador'.
Claro que isso não é honesto para a concepção cartesiana Ocidental, que requer cientificamente a imparcialidade na aquisição e leitura dos dados de uma determinada experiência. Seria o mesmo que um Cristão explicar a 'Fé' a um leigo, ou um Cientista Quântico explicar a uma pessoa comum a capacidade de uma coisa estar, ao mesmo tempo, em dois sítios diferentes.
Portanto, a minha tentativa aqui é que, enganando a mente para a obtenção de um objectivo, obtenhamos um resultado que definitivamente cesse o desencorajamente da mente e da experiência. Porque a mente racional ao esforçar-se, só complica o processo!
Agora, vejamos o que se pretende com a Meditação.
A Meditação não é o vagabundear da Mente. A Mente vagabundeia por si só e não necessita da nossa ajuda para se perder nos seus labirintos.
Portanto temos à partida aqui duas realidades: a Mente e Alguém que observa a Mente.
Se podemos observar o movimento da Mente é porque existe uma outra personagem exterior a ela. Mas, nesse caso, quem é a Mente? E quem é esse outro personagem que PODE observar a Mente?
Isso é o que se pretende com a Meditação. Dissociar o observador do observado e compreender como o Observado se consegue imiscuir com o Observador, levando-o a acreditar que é ele mesmo.
É nesta confusão mental que estão baseadas a maior parte dos desiquilibrios mentais e das doenças do foro psicológico.
A Mente é uma máquina extraordináriamente sofisticada. Olhemo-la aqui como um computador de última geração criado para 'resolver' todo o tipo de problemas. É um computador que não tem necessidade de descanso. Trabalha 24 sobre 24 na resolução de contínuos problemas, de problemas de problemas, ou da falta de problemas para resolver.
Nesse labor incessante confunde-se connosco mesmo, e, na maioria dos casos, nós pensamos que somos ele, e ele, definitivamente, como máquina, acha que é: nós!
Mas nós não somos o ruído... somos o ouvinte!
De uma maneira simples, a Meditação é apenas isso: ficar um bocadinho só, desligar a máquina e observar a paisagem! Isto é a Meditação: comungar connosco mesmo um momento de privacidade espiritual.
No entanto temos um problema: como desligar a máquina! Sobretudo se ela achar que não deve ser desligada.
Uma boa maneira de tentar desligar a máquina é: entediá-la. A Mente não gosta de situações repetitivas, isso desmotiva-a, entedia-a, adormece-a. Portanto, esta é uma tentativa de adormecer a máquina, continuando 'nós' em vigília.
A primeira coisa a fazer é encontrar uma posição para Meditar. Essa posição não deve ser demasiado cómoda ou o corpo, ao longo da relaxação subsequente, irá adormecer.
Não é obrigatoriamente necessário sentarmo-nos em posição de Lotus oriental. Aliás, essa posição é extremamente desconfortável para muitos, as pernas ficam dormentes e há grande dificuldade em manter erecta a coluna vertebral. Portanto o melhor será encontrarmos uma cadeira confortável, ou um sofá de costas direitas que não seja demasiado mole.
Após estarmos sentados, coluna vertebral direita, mãos no colo, uma sobre a outra, como um receptáculo, palmas voltadas para cima, tentemos descontrair.
Sugiro que se sigam os preceitos de descontração utilizado para a auto-hipnose. Sugiro esta relaxação porque é muito eficaz e se torna económica no esforço. Uma vez conseguida a relaxação completa pela primeira vez, o corpo, ao tomar a posição nas seguintes, automaticamente tenderá a chegar ao ponto óptimo de descontração mais rapidamente. Isso fará ganhar vários minutos úteis em meditação.
Os procedimentos de auto-hipnose para relaxação são os seguintes:
Uma vez encontrada a posição confortável, 'enumerar' mentalmente de baixo para cima os membros, desde os pés, pernas, ancas e por aí adiante, dando 'ordem de relaxar'. "As minhas pernas estão relaxadas... as minhas ancas estão totalmente relaxadas..." sucessivamente até à cabeça, onde será útil denominar olhos, músculos dos maxilares (normalmente muito tensos), etc.
A boca pode entre-abrir, para relaxar melhor e, a cabeça, tem tendência a cair um pouco para diante. Corrija a posição do pescoço, que deve ficar direito, tal como a coluna, se for necessário, mas com movimentos muito lentos.
Se necessitar de abrir os olhos para alguma coisa, faça-o lentamente, não fixe luzes fortes, nem cores fortes, e volte a cerrá-los. Não haverá necessidade de voltar ao início da descontração.
Uma das coisas mais irritantes na relaxação é que irão aparecer inúmeros contratempos. Comichões inoportunas no nariz, na perna, etc. Tente, tanto quanto possível, não ligar. Mas se tiver que coçar o nariz, faça-o. É melhor um gesto interromper a relaxação do que ficar mentalmente bloqueado com a comichão no nariz que não o deixa pensar em mais nada.
Quando terminar a enumeração dos orgão a relaxar, a sua respiração já deverá ter abrandado o bastante. Pode respirar fundo uma ou duas vezes para 'garantir' a sua presença relaxada naquele local. Tome consciência de que 'está ali'.
Com todo o seu sistema confortavelmente reduzido ao menor esforço, trabalhe agora com a sua mente.
A sua mente é um mecanismo muito perspicaz portanto dê-lhe a devida atenção.
Irá utilizar para a sua meditação uma Mantra. Uma Mantra é um Som de poder (se falarmos a nível místico), aqui será apenas uma 'lenga-lenga' de apoio psicológico para serenar a Mente.
Pode usar o som mental OM, que é o mais fácil de representar mentalmente como ruído interior (e por outras razões arquétipas que aqui não interessam) e repeti-lo a cada expiração.
Para não incorrer na paranóia de 'contar' as inspirações e expirações (como no processo Pranayama) e acabar por ficar incomodado e tenso, basta que "ao expirar calmamente repita mentalmente o som contínuo OM, em vibrato mental, até ao final da expiração". Inspire e respire calmamente, 'sem se forçar' a ficar calmo. Respire apenas e repita o som mental.
Neste momento o seu corpo começará a relaxar ainda mais, por isso tenha atenção ao pescoço e não deixe cair a cabeça para a frente.
Enquanto repete esta palavra OM mentalmente, muitas ideias vão surgir na sua consciência. Coisas do dia a dia, preocupações, onde deixou a carteira que se tinha esquecido... tudo. Um rôr de coisas irá invadir a sua mente desocupada e tentar tomar a sua atenção.
Não se interrompa pela sua mente ter descoberto onde colocou as fotografias da sua viagem a Espanha ou outra coisa do mesmo teor. A mente irá tentar tudo para obter a sua atenção.
Continuará a repetir calmamente o som mental - mesmo quando os pensamentos se tornarem desagradáveis, ou emocionalmente envolventes (o que é frequente).
Não rejeite nenhum dos pensamentos que a sua Mente lhe apresentar. Isso não é útil. Não rejeite os pensamentos... deixe-os passar. Se eles, por um momento, tomarem toda a sua atenção e invadirem por completo o seu consciente, quando se aperceber disso, volte calmamente à repetição da Mantra, e deixe o pensamento passar.
A Mantra estará sempre em primeiro lugar. Os pensamentos estarão de passagem em segundo plano. Deixe-os seguir. Não lhes dedique atenção. Tome conhecimento deles, mas não os siga.
Se seguir algum dos pensamentos, imediatamente o verá multiplicar-se em inúmeras e infinitas inter-acções e não conseguirá controlá-los... e a meditação fracassará.
É o que acontece normalmente a pessoas que 'pretendem' meditar sobre um determinado tema. A Mente acaba numa vagabundagem absurda, e sem sentido, inundando-lhe por completo a consciência.
A Meditação sobre um Tema, que um dia voltaremos a abordar, não nos concerne agora.
O que se pretende agora é a repetição do Mantra, continuamente, e o deixar passar os pensamentos sem lhes prestar mais atenção que constatar que estão por lá a passar.
Nada mais é requerido desta Meditação.
Deve fazer esta meditação pelo menos 2 vezes por dia durante um período de 20 minutos cada.
A mente acabará por se entediar com a repetição do Mantra e aos poucos os pensamentos irão desaparecendo, tornando-se mais escassos e, finalmente, desaparecerão.
É a descoberta desse Ser que se encontra sózinho nessa Vastidão que se chama Meditação: encontrarmo-nos connosco.
Não se sinta amedrontado pela Vastidão que encontra na ausência dos pensamentos. Algo está muito alerta, extraordinariamente alerta, nesse local. E esse local somos NÓS. E essa é a nossa qualidade: estar alerta.
É uma descoberta extraordinária e a partir daqui a experiência é pessoal e intransmissível.
O que cada um pode encontrar nessa Vastidão, no interior de nós mesmo, essa noção de Infinito e de não-solidão, é o princípio de muita coisa... como, por exemplo, deixar de se preocupar com o Stress e investigar mais o seu interior.
Seja como fôr, ao fim de 20 minutos desta Meditação estará absolutamente rejuvenescido, relaxado, e muitos dos seus problemas encontrarão solução mais fácil.
É normal perder-se o sentido do tempo em meditação. Para que isso não atrapalhe, na ânsia de terminar a meditação - quando os pensamentos são desagradáveis e contínuos - ou porque se perdeu num agradável prazer de estar 'ali' - use um som musical de fundo com o tempo necessário.
Não deve deixar de fazer esta Meditação 2 vezes por dia (de manhã e à tarde, se possivel), durante uma larga temporada (uns meses), até se encontrar psicologicamente tranquilo.
Descobrirá que a sua capacidade produtiva é aumentada, a sua atenção redobrada, a sua paciência para situações difíceis muitas vezes multiplicada. Será muito mais difícil aborrecer-se ou irritar-se com os outros ou com as situações do quotidiano. Quer dizer, viverá mais feliz.
Um conselho. Se fôr interrompido no meio da meditação, por qualquer imprevisto, não se mova com gestos bruscos e, após efectuar o que tem a fazer, retorne calmamente ao seu lugar e continue a meditação. Não é necessário voltar ao início. Não perca a paciência por uma interrupção. É mais pernicioso perder a paciência e explodir do que voltar tranquilamente ao local onde estava e continuar a meditar.
Quando abrir os olhos depois do tempo passado a meditar, não olhe para cores demasiado vibrantes, nem fixe directamente um foco de luz. Se puder condicionar o ambiente onde medita, deixe as cortinas corridas ou ponha o ambiente em media-luz.
Pode acompanhar a meditação com um fundo musical em som muito baixo. A escolha não deve incluir música emocional - o que seria um contrasenso. Existem vários músicos que fizeram experiências para o desenvolvimento mental de ondas Beta e Alfa e têm albuns fáceis de obter na Internet: Liquid Mind, Steven Halpern, Deuter, Llewellyn, Anugama, etc. Também há rádios apropriadas na Net que passam continuamente música de meditação: ZenRadio, Radio Yoga Meditation, facilmente sintonizáveis no Winamp Player.
Boa descoberta de si mesmo ou... viva feliz e sem Stress, apenas.
BABA NAN KEVALAM








AS LEIS CÓSMICAS DA ORDEM DIVINA


As Sete Leis Herméticas de Hermes Trismegistos

Toda a Filosofia é baseada em Sete Leis Cósmicas. Essas LEIS são válidas para toda a CRIAÇÃO, em todos os Planos do Ser. São eternas e imutáveis. Mas acima de todas as LEIS está O AMOR INCONDICIONAL E A GRAÇA DE DEUS, capaz de transcender todas as LEIS.


1. Princípio do ESPIRITO (MENTE)

Tudo é Espiritual. A Fonte da VIDA é O ESPIRITO CRIATIVO, sem barreiras nem limitações. O Universo é mental. O Espirito/Mente está acima da matéria - governa a matéria.
A Consciência determina o SER. Os Pensamentos são poderes criativos de mudança; são os meios para a CRIAÇÃO. A IMAGINAÇÃO cria com Visualização. A intensidade da aspiração interior e o desejo são importantes factores de CRIAÇÃO. E tanto quanto A SUA PALAVRA, A PALAVRA DO HOMEM também cria - como a acção do seu pensamento. Portanto, todo o HOMEM é capaz de abandonar o seu estado de ignorância e conscientemente entrar no ESTADO DE CONHECIMENTO DA VIDA a qualquer instante, aceitando assim a Herança da PERFEIÇÃO DO HOMEM e da CRIAÇÃO. Dessa maneira ele transforma o mundo e cria-o novo.
Tende cuidado com os vossos pensamentos - eles podem criar e destruir! Tende consciência da vossa responsabilidade! Que espécie de pensamentos e palavras vêm de vós? O que CRIAIS com eles? São mundos de AMOR - criaturas de AMOR?

2. Princípio da Causa e do Efeito = KARMA

Cada causa tem um efeito - cada efeito tem uma causa. Cada acção tem certa energia que requer energia análoga para voltar à sua fonte, ao seu criador.
O efeito equivale a causa em qualidade e quantidade. 'O igual cria igual'. Acção = Reacção.
A causa pode estar em muitos diferentes planos. Tudo acontece de acordo com a LEI. Cada HOMEM é CRIADOR, portador e acumulador do seu destino. Cada pensamento. cada sentimento, cada acção é uma causa que gera um efeito. Por isso não há culpa, não há pecado, não há sorte e não há azar - apenas causa e efeito. Entre a causa e o seu efeito muito séculos e encarnações podem passar - porque o TEMPO não existe.
"Sorte" e "azar" são expressões de uma LEI ainda não aprendida.
Porque tendes determinados traços? De onde vêm os teus padrões de comportamento? Tem cuidado com o efeito dos teus pensamentos, sentimentos e acções! Abandona o ódio, a agressividade e o medo e abre-te à CONFIANÇA Incondicional e ao AMOR. Apenas tu és responsável por ti próprio.

3. Princípio da Correspondência ou Analogia

Como em cima - assim em baixo, como em baixo - assim em cima. Como por dentro - assim por fora, como por fora - assim por dentro. Como em grande - assim em pequeno, como em pequeno - assim em grande.
Para todas as coisas que existem dentro deste mundo, existe uma analogia em cada plano do SER.
Por isso podes realizar o grande no pequeno, o menor no maior. Aquilo que fores por dentro determina a maneira como experimentas o mundo exterior. Vice versa, o mundo exterior é o teu espelho. Quando tu mudas, tudo á tua volta há-de mudar.

4. Princípio da Ressonância ou Atracção

Igual atrai igual e será reenforçado por igual. Desigual repele-se mutuamente.
O teu comportamento pessoal determina as tuas condições pessoais e as condições totais da tua vida.
A negatividade atrái mais negatividade, a escuridão mais escuridão, a agressão atrái a agressão, ódio atrai ódio, tristeza atrái tristeza, vício atrái vício, por isso se não parares para reconsiderar e reverter o teu caminho, a tua negatividade aumentará num espiral de queda que - a certo ponto - não poderá mais parar e conduzir-te-á à depressão, ao desespero, ao desastre e à morte.


5. Princípio da Harmonia e Equilibrio

A Harmonia é o fluxo da vida. Todas as coisas se esforçam por harmonia e equilibrio. O mais forte determina o mais fraco e torna-o igual a si mesmo.
A vida é intimidade harmoniosa, o DAR e RECEBER de elementos e poderes activos na CRIAÇÃO. A posse e a retenção criam bloqueios que conduzem à doença e à morte, como resultado do ERRO: a VIDA apoia apenas o que promove VIDA, e qualquer coisa que cause bloqueio enfraquece-a e é necessário eliminá-la porque se torna um estorvo à própria VIDA. A VIDA é equilibrio mútuo ou compensação, movimento eterno. Diferentes efeitos procuram o equilibrio de maneira a que no mais curto espaço de tempo possivel a harmonia seja restaurada. A vida é um continuum DAR e RECEBER. O universo vive para um equilibrio dinâmico de FACILIDADE, HARMONIA e AMOR. DAR e RECEBER são aspectos diferentes do Fluxo de Energia Cósmica.
Ao dar livremente aquilo que procuramos, permitimos ABUNDÂNCIA na nossa vida. Ao dar HARMONIA, PAZ e AMOR, estamos criando HARMONIA, PAZ e AMOR, criando a abertura para a SORTE, SUCESSO E ABUNDÂNCIA.
Conseguiremos tanta ABUNDÂNCIA DE VIDA quanto formos capazes de nos abrir a ela. Para essa abertura teremos que abandonar todos os pensamentos conscientes e inconscientes de necessidade e limitações interiores, e ousar o NOVO, O ILIMITADO. Aquele que não viver ABUNDÂNCIA, não a encontrará.
Abre-te à ABUNDÂNCIA. Não enriqueças à custa dos outros. Tens que pagar tudo o que conseguires (a não ser que te fôr DADO a ti). DAR para RECEBER!
Acima desta LEI - acima de CADA LEI - existe a GRAÇA de DEUS.


6. Princípio do Ritmo ou Vibração

Tudo flui para dentro e flui para fora de novo. Todas as coisas têm as suas marés. Todas as coisas têm a sua ascenção e a sua queda. Tudo é vibração.
Nada é estático - tudo está em movimento. O movimento de vai-vém do pêndulo está presente em tudo. O balanço do pêndulo para um lado é igual ao balanço do pêndulo para o outro lado. O ritmo equivale-se.
Ultrapassa a rigidez e vive em flexibilidade. Tudo o que é rígido deve quebrar-se.


7. Princípio da Polaridade e Sexualidade

Todas as coisas têm um par de polos. Tudo tem um par de aspectos contrários. Igual e desigual são o mesmo.
Os Contrários são o mesmo pela sua natureza. A VERDADE DE DEUS É UNA (UM).
Só nos mundos de baixa-vibração, como os de 3 dimensões, os aspectos têm diferentes sinais marcando os "contrários", e assim têm frequências vibracionais diferentes. O cérebro humano é orientado tridimensionalmente; por essa razão a UNIDADE e a SEMELHANÇA mostra-se PARADOXAL para a mente polarizada. Mas cada PARADOXO deve ser restaurado - no meio -, só assim se pode abordar a VERDADE. Ou então as nossas verdades serão apenas meias verdades. Não podemos compreender A VERDADE - apenas podemos agarrá-la com o CORAÇÃO!
Na 3ª dimensão devemos aprender a reconhecer a UNIDADE DE TUDO - pela APRENDIZAGEM DO AMOR INCONDICIONAL e VIVER esse AMOR = ESSE é o OBJECTIVO DA VIDA-na-Terra! Quando estamos a viver em AMOR INCONDICIONAL, estamos a viver em NÃO-POLARIDADE.

Não julgues nem avalies os outros. Não te alevantes acima dos outros. Aceita as opiniões dos outros. Todos têm razão. Tudo é justificado. Tudo está bem.

A sexualidade está em todas as coisas. Os dois aspectos sexuais são a UNIDADE ao mesmo tempo.
A sexualidade manifesta-se em todas as coisas. Todas as coisas têm elementos macho e fémea. Todos as coisas são macho e fémea no UM. A sexualidade esforça-se pela UNIDADE.
Mas, na verdade, a sexualidade É UNIDADE ou UNIÃO, como se pode ver no TAO. A UNIÃO NÃO-POLARIZADA consiste no aspecto macho e fémea. Também não podemos dividir o MAR das ONDAS - ambos são UM - e UM não é sem o outro.
Tu mesmo és macho e fémea ao mesmo tempo. Vive o teu aspecto masculino e feminino com igualdade. Sê equilibrado - sê o teu meio - SÊ UM.

(Tentou-se na tradução do original em inglês não 'embelezar' o texto - tanto quanto possível sem erros - e fazê-lo o mais ao-pé-da-letra respeitando os significados mais próximos do original e não sinónimos, repetindo-os da mesma forma - talvez menos elegante mas mais acurado. As maiúsculas foram respeitadas do original. - Nota do traductor)





sábado, 23 de agosto de 2008

TODOS OS SÍMBOLOS: Os Grandes Arcanos


A 'Tabula Smaragdina' de Hermes Trismegistos

São quatro os postulados básicos da Alquimia:
1. A unidade do princípio material (matéria prima primordial);
2. Evolução da matéria (todos os elementos são radioactivos, uns mais que outros, de forma que ao longo de milhões de anos, mesmo os átomos considerados estáveis, sofrem transmutações análogas à dos elementos instáveis);
3. Os elementos químicos representam estados de evolução (sendo o ouro o mais perfeito);
4. A transformação é o resultado de uma evolução natural ainda desconhecida do homem, a qual é possível reproduzir em laboratório, sendo este trabalho ao mesmo tempo espiritual e material (ora et labora = laboratório).

Segundo a filosofia alquímica e os princípios de magia, os sete metais planetários são os que mais acumulam spiritus de natureza análoga à influência planetária correspondente.
Eles representam um ritmo energético oscilante de acordo com a posição do astro a ele associado (é o biorritmo do metal).

Como o próprio Hahnemann (o pai da Homeopatia) comprovou, as coisas que são de alguma maneira semelhantes na natureza das suas vibrações características, têm afinidades entre si. Isto é conhecido como "Princípio das Correspondências ou Concordâncias". Os florais e a homeopatia baseiam-se em princípios elementares da alquimia herbácea, que compõe a 'Pequena Circulação', em contraposição à alquimia mineral ou 'Grande Circulação'. Em ambos os casos o princípio activo é a quintessência dos elementos impregnada num catalizador (água ou álcool).

A Alquimia é, antes de mais nada, um sistema de auto-transformação. O caminho é ao mesmo tempo espiritual e material. Existem duas vias para o pesquisador: a via húmida e a via seca (ou a do sábio e do filósofo). Uma é mais rápida que a outra; no entanto é muito mais arriscada.

(...)Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius (...)
(Aquilo que está em baixo é igual aquilo que está em cima, e aquilo que está em cima é igual aquilo que está em baixo, para que se realize o milagre de uma só coisa) trad.pes.

Na recente teoria das cordas na Ciência Quântica que "introduz um quantum minimo de comprimento como nova constante fundamental da Natureza, tornando insustentável o conceito de uma génese a partir do BigBang" (Scientific American, junho 2004), indicaria a existência prévia de um Universo anterior ao 'BigBang', tendo o nosso universo passado por um ciclo de morte e renascimento.
A Ciência Quântica aproxima-se cada vez mais dos conceitos da Antiga Ciência Hermética de Hermes Trismegistos.

A Tabula Smaragdina, ou Lápide de Esmeralda, de Hermes Trismegistos, conta a lenda, era uma pedra de sepulcro coberta de inscrições, contendo a revelação da sabedoria ancestral dos Antigos. Por detrás dela foi encontrado o corpo intacto de Hermes Trismegistos.
Este relato lembra de imediato a placa de bronze do templo sepulcral de Christian Rosencreuz (o fundador da Ordem dos Rosa+Cruz) repleta de fórmulas da Sabedoria Universal, lápide por detrás da qual, em analogia perfeita com a Tabula, encontraram o corpo impoluto de Rosencreuz.

A primeira coisa que nos impressiona nesse testemunho dos Antigos é o facto de se tratar de uma lápide de esmeralda. A esmeralda é uma pedra preciosa de uma côr verde muito particular. As pedras preciosas, assim como os metais, possuem propriedades de acolher vibrações e radiações, concentrá-las e irradiá-las.

No entanto, nem todas as pedras ou todos os metais, possuem polaridades com as mesmas vibrações. Cada pedra e cada metal possui características específicas. Eis a razão pela qual, na antiga prática da Ciência Oculta, eram frequentemente utilizadas, e ainda hoje se procura activar certas radiações e neutralizar o efeito de outras.

Se bem que nehuma das Escolas Místicas o refira, salta aos olhos a coloração verde que está ligada ao Chakra do Coração, Anahata, o que poderia indiciar uma qualidade requerida para decifrar o texto na lápide ou, propositadamente, induzir-nos em erro.

Mas a cor, a força e a radiação, que se pode chamar de esmeralda, indica uma base, um princípio absoluto, um alicerce, sem o qual nada pode ser iniciado -- e mais não dizem!

Assim, a Lápide de Esmeralda, indica um princípio absoluto de Filosofia Hermética: é um Grande Arcano. Sem a resolução desse enigma a antiga sabedoria da Gnosis jamais poderá ser compreendida.

Assim acreditaram os sábios herméticos para durante tantos séculos terem dado continuidade à transmissão dessa "chave secreta" contida na Tabula Smaragdina, que a uns parece um simples devaneio filosófico e a outros desvenda um dos maiores segredos da transmutação da alma humana. O grande Físico, Matemático e Astrónomo, Sir Isaac Newton, tinha-a em grande consideração, e fez ele próprio a tradução a partir do texto original que manteve entre os seus haveres pessoais encontrados aquando da sua morte.

Eis o texto de Hermes Trismegistos contido na sua Tabula Smaragdina:
(Para os mais eruditos inclui o texto original em latim extraído de De Alchimia de Chrysogonus Polydorus, Nuremberga 1541)

«É verdade! É certo! É a verdade toda!

O que está em baixo é igual ao que está em cima
e o que está em cima é igual ao que está em baixo
a fim que os milagres do Uno se realizem.

E assim como todas as coisas
foram criadas pelo Uno, através de um mediador
assim também todas nasceram desse único casamento.

O seu Pai é o Sol; a sua Mãe a Lua.
O ar as teve em seu regaço. E a sua ama foi a Terra.

O Pai de todos os talismãs, é omnipresente no mundo.
O seu Poder permanece intacto, quando aplicado na Terra.

Separa com imenso amor, grande discernimento e grande sabedoria,
a terra do Fogo, o que é de textura delicada do que é duro,
denso e inanimado.

Da terra sobe aos Céus, e de lá desce novamente à terra,
e adquirirás o poder do que está em cima, e do que está em baixo.
Possuirás assim a glória do mundo todo e, por isso,
toda a treva fugirá de ti.

Essa é a mais poderosa Força de todas as forças,
porque vencerá tudo o que é brando,
e interpenetrará tudo o que é duro.

Assim o mundo é criado. E dele se originarão,
do mesmo modo, criações maravilhosas.

Por isso, eu fui chamado Hermes, o três vezes grande,
porque possuo os três aspectos da Doutrina da Sabedoria mundial.
Completo é o que disse sobre a preparação do ouro,
e a eficácia do Sol espiritual.»

(
Verum, sine mendacio, certum et verissimum: Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius. Et sicut res omnes fuerunt ab uno, meditatione unius, sic omnes res natae ab hac una re, adaptatione. Pater eius est Sol. Mater eius est Luna. Portavit illud Ventus in ventre suo. Nutrix eius terra est. Pater omnis telesmi totius mundi est hic. Virtus eius integra est si versa fuerit in terram. Separabis terra ab igne, subtile ab spisso, suaviter, magno cum ingenio. Ascendit a terra in coelum, iterumque descendit in terram, et recipit vim superiorum et inferiorum. Sic habebis Gloriam totius mundi. Ideo fugiet a te omnis obscuritas. Haec est totius fortitudinis fortitudo fortis, quia vincet omnem rem subtilem, omnemque solidam penetrabit. Sic mundus creatus est. Hinc erunt adaptationes mirabiles, quarum modus est hic. Itaque vocatus sum Hermes Trsimegistus, habens tres partes philosophiae totius mundi. Completum est quod dixi de operatione Solis.)



segunda-feira, 18 de agosto de 2008

POLÍTICA EXPLICADA


FEUDALISMO: Tens duas vacas. O teu senhor fica com algum do teu leite.

SOCIALISMO PURO: Tens duas vacas. O Governo leva-as e coloca-as numa vacaria junto com as vacas de todos os outros. O Governo dar-te-á todo o leite de que necessitares.

SOCIALISMO BUROCRÁTICO: Tens duas vacas. O Governo leva-as e coloca-as numa vacaria junto com as vacas de todos os outros. Elas são tratadas por ex-criadores de galinhas. Tu tomarás conta das galinhas que o Governo retirou aos criadores de galinhas. O Governo dar-te-á todos os ovos e leite que os regulamentos disserem que necessitas.

FASCISMO: Tens duas vacas. O Governo fica com ambas, contrata-te para tomares conta delas e vende-te o leite.

COMUNISMO PURO: Tens duas vacas. Os teus vizinhos ajudam-te a cuidar delas e todos dividem o leite.

COMUNISMO RUSSO: Tens duas vacas. Tens que cuidar delas mas o Governo fica com todo o leite.

COMUNISMO CAMBODJANO: Tens duas vacas. O Governo fica com ambas e dá-te um tiro.

DITADURA: Tens duas vacas. O Governo fica com ambas e alista-te no exército.

DEMOCRACIA PURA: Tens duas vacas. Os teus vizinhos decidem quem fica com o leite.

DEMOCRACIA REPRESENTATIVA: Tens duas vacas. Os teus vizinhos arranjam alguém para te dizer quem fica com o leite.

BUROCRACIA: Tens duas vacas. Primeiro o Governo determina o que podes dar às vacas para comer e quando as podes ordenhar. Depois paga-te para não as ordenhares. Em seguida retira-te as vacas, mata uma, ordenha a outra e joga o leite fora. Finalmente obriga-te a preencher formulários para dares conta do desaparecimento das vacas.

PURA ANARQUIA: Tens duas vacas. Ou vendes o leite a um preço razoável ou os teus vizinhos tentam roubar-te a vaca e matar-te.

ANARCO CAPITALISMO LIBERTÁRIO: Tens duas vacas. Vendes uma e compras um boi.

SURREALISMO: Tens duas girafas. O Governo obriga-te a tomares lições de concertina.

(Original source unknown... versão traduzida de Illuminated by SJ por johnjohn)

sábado, 9 de agosto de 2008

A 'Pedra de Sol' dos Vikings

Foi um rapaz de dez anos, filho de Jorgen Jansen, navegador-chefe de uma linha aérea dinamarquesa, que viria a permitir a descoberta do sentido oculto da Pedra de Sol.
Sabe-se actualmete que nos séc. XI e XII, pelos numerosos petróglifos rúnicos encontrados em lugares dificilmente acessíveis, que os Vikings, muito antes de Colombo, já tinham visitado a América. Durante muitos anos os cientistas tentaram descobrir o segredo da sua ciência náutica. Oa anais escritos dos Vikings falavam de uma certa Pedra de Sol, sem qualquer outra explicação.
Esta Pedra de Sol parecia ser uma expressão mágica, uma espécie de pó saído de uma galeria de feitiços. Alguns pensaram tratar-se de uma espécie de colimador grosseiramente talhado, que permitiria a orientação pelo sol. Infelizmente, dadas as condições metereológicas do Norte, um objecto dessa natureza pouca serventia poderia ter.
Um dia que Jansen, o piloto aviador da frota dinamarquesa, contava as dificuldades que tivera num dos seus voos, para se conseguir orientar pelo sol que estava encoberto pelas nuvens, explicou ao filho que, graças a um filtro Polaroid colocado no compasso de voo, conseguira localizar com precisão o astro do dia. O rapaz ligou o que o pai lhe relatara com o que tinha aprendido sobre a lendária pedra dos Vikings, seus antepassados. O pai, intrigado, contou a história a um amigo arqueólogo e, partiram do princípio de que existiria uma pedra de propriedades idênticas às dos filtros de Polaroid, caracterizada pelo alinhamento paralelo das suas moléculas.
Consultado o joalheiro da Corte, este examinou a colecção de pedras semipreciosas, a partir da qual se confirmou a existência de uma pedra, a cordierite, que reunia as condições apresentadas.
A cordierite é um silicato natural de alumínio, magnésio e ferro, e uma das suas variedades tem o poético nome de 'safira de água'. Apresenta a curiosa propriedade de passar do amarelo ao azul escuro, quando o alinhamento das moléculas forma um ângulo de 90º com o plano de polarização da luz solar. Pouco importa que o sol esteja totalmente encoberto e, coisa espantosa, a propriedade mantém-se após o ocaso do astro-rei, até ao limite de 7º abaixo da linha do horizonte.
A cordierite é um material muito comum na Escandinávia e os Vikings fizeram dela a sua 'Pedra de Sol'.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Singh Kaur - Guru Ram Das - 08-08-08

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

LOGICAL SONG


When I was young, it seemed that life was so wonderful,
A miracle, oh it was beautiful, magical.
And all the birds in the trees, well theyd singing so happily,
Joyfully, playfully watching me.
But then they send me away to teach me how to be sensible,
Logical, responsible, practical.
And they showed me a world where I could be so dependable,
Clinical, intellectual, cynical.
There are times when all the worlds asleep,
The questions run too deep
For such a simple man.
Wont you please, please tell me what weve learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am.
Now watch what you say or theyll be calling you a radical,
Liberal, fanatical, criminal.
Wont you sign up your name wed like to feel youre
Acceptable, respectable, presentable, a vegetable!
At night, when all the worlds asleep,
The questions run so deep
For such a simple man.
Wont you please, please tell me what weve learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am.
(Supertramp)

Paraíso Perdido



As pedras não são apenas o esqueleto da mãe Terra, que vemos nas altaneiras montanhas recortadas contra o céu, nos calhaus polidos pelas ondas nos areais das praias, nas formas exóticas que a natureza esculpiu na paisagem com as mãos do vento e os dedos ágeis da chuva. São também o brilho raro e fascinante das jóias raras que adornam a opulência ostensiva; os diamantes que prometem o amor eterno, as esmeraldas que apagam mágoas e ressentimentos, o jaspe que promove a coragem, a pérola que traz a paz, o quartzo que renova a confiança, o rubi que confere a liderança...
O poder das pedras está ligado a algo muito consistente, durável, confiável e tangível, porque é constante e seguro, porque faz parte de uma força suprema que nos é familiar, que nos protege, que nos ameaça, que nos é, sobretudo, superior, e sobre a qual não conhecemos os desígnios mas podemos confiar na constância: a Terra.
Os nossos antepassados, quando sentiram o medo e a incerteza do mundo exterior, refugiaram-se nas suas entranhas, veneraram-na como mãe protectora, desenharam na sua pele os rituais mágicos dos seus desejos, exorcizaram os seus terrores nocturnos esculpindo sinais, tentando entender o mundo que os rodeava na segurança do seu ventre. E as pedras tornaram-se desde então para o homem um símbolo e, como todos os símbolos: um Poder.
O poder da pedra: uma inteligência fria, constante, preseverante, que a tudo assistiu indiferente, desde o nascer da Luz ao crepúsculo de inúmeros deuses, na sua lentíssima mas segura evolução desde os recônditos da existência, na sua jornada eterna e complexa, a queda do sublime à suprema densidade e de novo a ascenção da sua essência densa e petrificada à ligeireza fugaz do espirito sem barreiras.
O homem-instintivo, perto demais ainda da essência da matéria que o criou, compreende-a e teme-a; conhece pelos sentidos da sobrevivência as suas mudanças subtilíssimas, como cheira no vento as tempestades. Para o homem instintivo tudo são sinais que mais tarde transformará em símbolos, a que dará som, a que designará para conter, a que dará um nome para dominar.
É dessa intimidade que nasce a Magia. O símbolo de um poder que se pode designar, portanto conhecer, logo possuir.
E as pedras foram e são o mais poderoso objecto de magia porque estão ligadas ao Conhecimento íntimo da Terra, ao seu plano primordial, silencioso e implacável, de decantar o espirito através das maiores densidades, através de todas as transformações do fogo, da água e do ar.
E este homem instintivo, agora mágico, que podia comparar transmutações com a sua nova ferramenta: o espirito individual, podia também aperceber-se dos espiritos colectivos que o rodeavam e, sendo ele também colectivo, dominar as leis gerais, sem vontade própria, de que a Natureza era composta. Mas, para isso, era necessária a cumplicidade da Terra. Denominada, mas não dominada, a Terra acedeu, certa porém no seu lentíssimo pensar que o homem cometia um erro: o de exilar-se da Natureza como um elemento de caos do seu destino em comum. Porque esse exílio, essa não comunhão, só poderia criar um novo paradigma: o Ter.

CHAKRAS: CENTROS DE PODER NO HOMEM





Nos sistemas espirituais que utilizam Yoga - tanto no Oriente como no Ocidente - para terapia, meditação, controlo dinâmico da mente ou restabelecimento físico integrado (holístico), o 'Chakra' é considerado um canal de interacções energéticas entre o corpo físico, corpo mental e o Prana (força vital) do universo.
A ciência Ocidental tem sido extraordinariamente reticente em aceitar esta Filosofia de 'sistema energético' - porque aqueles não corroboram as mesmas posições estabelecidas pelos ocidentais para os centros nervosos -, muito embora tenha acabado por fazer integrar pragmaticamente a Acupunctura nos seus tratamentos, (sem explicar porquê!) - visto ser sobretudo a Acupunctura a utilizadora do sistema energético humano - como a descrevem os orientais - para o reestabelecimento da sua harmonia e desempenho.
Nas crenças místicas, o Nadi (do Sanskrito 'nad' = canal, fluxo, corrente) é um canal de energia no qual circula a energia Prana e que pode ligar Chakras. Os mais importantes Nadis são: Shushumna, Ida e Pingala.
Pensa-se que os Nadis transportam a força de energia conhecida por Prana (Qi nos sistemas Chineses) e que têm uma função extrasensorial ao determinar respostas empáticas e instintivas.
O Ida e Pingala são referidos muitas vezes como os dois hemisférios cerebrais. Pingala, o extrovertido (nadi solar), correspondente ao lado da mão esquerda do cérebro; Ida, o introvertido (nadi lunar), a que se refere o lado da mão direita do cérebro.
O interesse da Ciência Ocidental neste "sistema energético" veio mais tarde a descobrir que a posição e o funcionamento dos Chakras parecia coincidir com glândulas do sistema endócrino.
Os Chakras são referidos nos textos tântricos de Sat-Cakra-Nirupana no qual são descritos como emanações da consciência de Brahman. Esta energia é descida de forma gradual, desde o espiritual, criando diferentes níveis de Chakras, até à maior densidade que se situa no Muladhara chakra (Chakra Raiz).
Existem sete Chakras principais no sistema energético Yogi. Cada Chakra tem uma posição específica no corpo e está ligado a uma cor determinada - que tem a ver com a sua vibração própria.
Começando pelo Chakra Base ou Raiz (Muladhara), este situa-se no períneo, perto do anus, tem cor vermelha, está ligado à Terra e a sua função é de sobrevivência e segurança. É como um polo negativo de um circuito eléctrico: puxa a energia divina e força-a a assumir existência física para potencializar a evolução da forma. Neste Chakra reside adormecido um enorme potencial espiritual: Kundalini, a serpente enrolada dos taumaturgos alquímicos, à espera de ser de novo trazida à vida para se voltar a juntar à fonte que a originou, Brahman.
Também é neste Chakra que emergem três grandes canais psíquicos (nadis): Ida, Pingala e Sushumna, responsáveis pela reprodução e eliminação, e por vários complexos associados ao medo e à culpa. Todo o Karma da pessoa é expresso aqui de forma física.
Os Chakras foram colocados em diferentes estágios de subtileza espiritual e reflectem como a consciência unificada do humano (o seu ser imortal, ou a alma), está dividida para gerir os diferentes aspectos da vida terrena: desde a consciência densificada no Chakra Raíz até à consciência pura em Sahasrara, o Chakra da Coroa, no topo da cabeça.
O segundo Chakra, Svadisthana, localiza-se nos orgãos sexuais. A sua cor é o laranja e está ligado à água. É responsável pela criatividade e designado pelas qualidades de sentir, desejar e criar.
O terceiro Chakra, Manipura, tem a cor amarela e o seu elemento é o fogo. Situa-se perto do umbigo, na zona do plexus solar. É responsável pelo desejo de controlo, pelo medo, a vergonha, a purificação. São muitas as glândulas influenciadas por este Chakra, desde o fígado, pâncreas passando pelas supre-renais que produzem a adrenalina.
O quarto Chakra, Anahata, tem o Ar como elemento e a sua cor é verde. Normalmente é chamado de Chakra do Coração e é o responsável pelo amor e pela compaixão. Os místicos dizem que é o Chakra que muda o amor para a sua vibração mais alta "do eu para o nós".
O quinto Chakra, situa-se ao nível da garganta, Vishuddha, e é de cor azul. Domina o poder projectivo da palavra, o som. Tem como qualidades o auto-controlo, sentido de comando, a honra e a satisfação.
O sexto Chakra, Ajna, tem cor indigo e situa-se ao nível das sobrancelhas. É denominado por Terceira Visão. Reina sobre a intuição, a razão e a identidade. É o Chakra da união dos opostos. Influencia a glândula pituitária.
O sétimo Chakra, Sahasrara, de cor violeta, é o Chakra da Coroa. É a ligação ao transcendente e reina os domínios da humildade e da vastidão. Chamam-lhe o Chakra das Mil Pétalas porque, quando activado no seu esplendor, a sua vibração é tão intensa que se manisfesta como uma auréola em volta da cabeça.



As Pedras de Poder



As pedras, os minerais e os cristais, além de servirem de enfeites para as nossas casas e de adornos para o nosso corpo, também têm o poder de equilibrar a energia dos humanos.
Dividem-se em brutos e lapidados. Os em bruto, limpam a energia da casa; os lapidados, como adornos, protegem aqueles que os usam.
Há milhares e milhares de anos que o Homem acredita nestas simples afirmações.
Para os místicos, esta atracção natural do ser humano pelas pedras tem outro valor e outra explicação para além do fascínio que elas exercem pela sua beleza. Atribuem-lhes caracteristicas femininas e masculinas, virtudes e propriedades, poderes estranhos e inexplicáveis, como se tivessem uma vida própria, invisível aos seres humanos pela sua aparente imutabilidade, pelo mistério do seu silêncio, pela indiferença da sua perfeição.
A ligação dos humanos às pedras vem de energias mais profundas, que falam uma mesma linguagem, silenciosa e universal, no âmago mais perfeito de toda a composição cósmica, a um nível transcendental e atómico, onde as formas não fazem diferenças, onde o Tempo não se conta em dias mas em éons, onde o entendimento é um plano global, do qual as pedras e os humanos participam inexoravelmente, e se completam.
Vejamos, portanto, algumas das principais pedras que são normalmente utilizadas para o equilibrio do sistema energético humano, nos seus corpos mais subtis.
O sistema de energia subtil humano é composto por uma rede de sete principais centros, designados por Chakras (rodas), nas culturas orientais, por onde se efectuam as trocas energéticas entre o corpo humano e o universo. Cada uma dessas "rodas", Chakras, tem uma vibração determinada, que lhe confere uma coloração específica, e está situada ao longo da coluna vertebral fisica do homem. A localização desses Chakras afecta o funcionamento de glândulas fisicas humanas e o seu bom funcionamento. Em caso de bloqueio de um dos Chakras, essa quebra energética pode afectar a saúde do corpo humano, pelo que é necessário restituir-lhe de novo o seu funcionamento e alinhá-lo com os restantes Chakras da cadeia.
Um dos meios que pode restituir de novo à cadeia de energia humana o seu tónus perfeito é com a utilização de determinadas pedras que, potenciando o mesmo nível de vibração dos centros de força, lhes confere a normalidade.

Hematite - É normalmente de cor cinzenta prateada ou metálica com algumas variedades vermelhas cor de ferrugem. Está ligada ao Chakra Base. É tida como uma boa pedra de cura porque fortifica o corpo e aumenta a resistência ao stress; ajuda a manter a clareza intelectual, a concentração e a memória; acalma a ansiedade e induz o sono.
Os Egípcios usavam a hematite em amuletos mágicos destinados a curar a loucura. A pedra está ligada a Marte, Deus da Guerra, e os romanos usavam-na em batalha, como protecção.

Cornalina - É uma pedra muito bela com tonalidades profundas de vermelho alaranjado. Os romanos usavam-na como sinete, ou em anéis de armas, para selar documentos importantes.
Esta pedra está ligada ao 2º Chakra, o Chakra do Baço, área de energias criativas e emoções puras. Ao ajudar a libertar estas energias, acredita-se que a Cornalina encoraja uma mais profunda apreciação do próprio corpo e uma maior ligação com os amigos e amantes. É usada para promover a alegria, a criatividade e a paixão. Combate a depressão e a perguiça.

Citrine - O nome deriva da palavra francesa 'citron' (limão). Está associada ao Plexus Solar (3º Chakra) produzindo stamina (capacidade de prolongar o esforço). Nos tempos antigos era usada contra o veneno de cascavéis e os maus pensamentos, como dispersante de energias negativas e para limpeza da 'aura' e eliminação de toxinas do organismo.

Quartzo Rosa - É uma pedra delicada que vai do rosa luminoso até ao semi-transparente, translúcido. O quartzo rosa é o símbolo do amor e da beleza, conhecido pela "pedra coração", está associado ao 4º Chakra, do mesmo nome. Equilibra as emoções, abre o coração e traz felicidade. Favorece todas as formas de amor, desde o amor-próprio ao amor maternal. Diz-se que emana "amor incondicional" e é suposto atrair para a nossa vida todos os aspectos positivos deste sentimento.

Ágata Laço Azul - É uma pedra encantadora de um azul pálido sombreada por redemoinhos que parecem nuvens. Está associada ao Chakra da Garganta, o 5º, e governa a expressão própria, a emissão do som como poder. Proporciona a tranquilidade e confiança na comunicação em tempos difíceis. O nome da pedra foi-lhe dado pelos Gregos do rio Dirillo, há milhares de anos atrás.

Sodalite -Mineral muito frágil e muito belo, é um componente do Lapis Lazuli, e está associado ao 6º Chakra, a Terceira Visão. Está relacionado com a hipófise e é responsável pela concentração, memória, imaginação e visualizações do indivíduo. Governa a glândula pituitária e a parte inferior do cérebro. Combate os distúrbios oculares, a desconcentração e as dores de cabeça.

Ametista - A ametista é a variedade violeta do quartzo, e a cor púrpura foi desde sempre considerada a cor real. O seu nome é composto pelo prefixo grego a, não, e a palavra grega methuskein, intoxicar, isto porque havia uma antiga crença de que a pedra teria o poder de proteger o seu dono contra a embriaguez.
Está ligada ao Chakra Coronal, 7º Chakra das Mil Pétalas. A ametista estimula a capacidade psíquica, a clareza e a inspiração. Aumenta a vontade, expande a consciência cósmica a ajuda a equilibrar desordens mentais, reforça todo o sistema endócrino e o sistema imunitário. Reduz a tensão e cura e previne as dores de cabeça.
Os assentos de contemplação dos Lamas Tibetanos estavam incrustados de ametistas.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

A CAVEIRA DE CRISTAL

"The Skull of Doom"
Encontrada por 'Mike' Mitchell-Hedges, um escritor aventureiro, muito ao jeito de Indiana Jones, no seu tempo (1882-1959), é pela primeira vez mencionada na sua auto-biografia 'Danger My Ally' em 1954.
A caveira foi executada a partir de um único bloco de quartzo, embora os maxilares sejam destacáveis, e, segundo Frank Dorland que a examinou em 1970 nos Laboratórios da Hewlett-Packard, terá sido cinzelada a diamante, primeiro, até uma forma rude - pois não se encontram nenhuns vestígios de instrumentos de metal - e mais tarde, durante um longo período, de 150 a 300 anos, polida com areia, até obter a forma actual.
Segundo Mitchell-Hedges terá servido para rituais esotéricos ao Sumo Sacerdote Maia e a sua idade não seria nunca inferior a 3.600 anos.

TODOS OS SIMBOLOS: A Pedra


Correspondências maçónico-alquímicas

A pedra que o constructor torna para ser aperfeiçoada e integrada no edifício, corresponde ao lapis que constitui a matéria prima a manipular no matraz.
Porém, quer uma quer outra, independentemente da utilidade material de que possam vir a revestir-se, representam o aspecto mais exterior da Obra ou seja: apresentam-se apenas como resultado de uma acção exercida, pelo oficial, sobre a manifestação. Esse resultado, em tudo semelhante ao efeito do espelho, projecta na manifestação princípios não manifestados, estes de carácter eminentemente interior.
Assim, pode afirmar-se que, a pedra visível e palpável sobre a qual opera o manipulador, é a manifestação de uma pedra oculta, invisível e impalpável. Esta pedra - causa espiritual - determina e condiciona a pedra da Obra - efeito material. Entre elas, como elemento de ligação mediando dois mundos e duas ordens de realidade, o operador realiza a acção perfeita que é a de representar materialmente, na manifestação, o sentido e a ordem transcendente, numa acção dupla e simultânea, impregnando a matéria de espírito e dando corpo à espiritualidade, conforme a regra solve et coagula.
Dissolver o fixo e fixar o volátil eis o permanente labor do alquimista e do maçon. O primeiro reproduz no vaso o drama cósmico da Criação, de modo a rectificar a pedra material, marcada pelo estigma da Queda, de modo a fazer dela um reflexo perfeito da pedra oculta. O segundo toma a pedra inútil e rectifica-a de modo a que ela possa ser parte corporal do Templo. ganhando nessa metamorfose uma condição espiritual que a sua imperfeição nativa não permitiria. Espiritualizar a substância dando substância ao espírito, eis o ofício do manipulador perfeito, com mandato iniciático para o seu labor.

A Tradição distingue dois géneros de pedra sagrada ou sacralizada: os aerolitos - porque oriundos do Céu, com todas as consequências simbólicas dessa origem - e as pedras de Obra ou seja, as que são objecto de manipulação iniciática. O aerolito, correspondendo a uma descida de um princípio celeste à manifestação terrestre, tem por complemento o bétilo, representando uma subida de um elemento terrestre à espiritualidade celeste.
No caso presente, interessa-nos exclusivamente a pedra manipulada canonicamente que, tendo no bétilo o seu arquétipo, constitui sempre um modo recíproco de espiritualizar a substância, materializando o espirito.

Tomando como dupla referência as tradições hermética e maçónica, estabeleçamos as analogias entre a pedra alquímica, enquanto matéria prima da Obra, e a pedra do construtor, enquanto módulo individual do Templo. Partindo deste princípio, consideremos, analogicamente as fases fundamentais da Obra do alquimista e do maçon.
A fase hermética do nigredo, em que a matéria escolhida é "carbonizada" destina-se a provocar a sua morte física - putrefacio - condição primeira para um eventual renascimento in gloria. Marcado pelo luto das trevas, este momento constitui uma "paixão" no sentido teológico do termo. Tal dissolução morfológica destrói a escória corporal, tomando a massa um aspecto cadavérico. Não obstante, sob tal aparência, algo palpita no seu interior, indicando que a morte é um mero efeito iniciático e não uma causa absoluta.
Bem assim, a Pedra Bruta maçónica é negra e sobre ela se faz o primeiro trabalho do recém iniciado que, vindo das trevas mortais em que todo o homem nasce, viu uma réstia de luz, ao terceiro "golpe". Esta pedra disforme, aparentemente inerte, guarda igualmente, em si, o germe modular de uma metamorfose. Aprendendo de pronto os ensinamentos da iniciação, o novo Aprendiz transmite à Pedra Bruta, por três "golpes", a luz que do mesmo modo lhe foi dada. Com isto, torna dúctil a morfologia áspera do mineral, transmitindo-lhe um sopro do espírito, como prelúdio de uma fase mais avançada da Obra.
O albedo hermético tem o seu tempo quando a escória negra da pedra calcinada apresenta, em alguns pontos, o brilho do diamante negro. É o sinal de que o cadáver se anima de uma insuspeitada vitalidade. Trata-se, então, de libertar essa emanação de todo o carvão que a envolve, de forma a que, devidamente purificada e isolada, ganhe o esplendor brilhante da neve, um fulgor de alvura e de pureza dificilmente atribuível à natureza, no seu estado nativo. Ao corpo renascido juntou-se agora uma "alma".

Essa brancura é também emblemática da Pedra Cúbica, na qual o Companheiro maçon aplicou a sua Arte purificadora. A escória que energrecia o minério e lhe dava uma forma caótica, foi desbastada até obter a perfeição do cubo, entidade geométrica associada à volumetria das quatro, das seis e, potencialmente, às sete direcções do espaço, ou outras tantas qualidades arquétipas da realidade. Agora, a pedra é uma fonte de conhecimento e ensinamento.
Mantendo um regime de fogo e tempo, que a Alquimia tem por adequado, a pedra alva ganha nova coloração e alcança o rubedo. Não há - dizem os manipuladores afortunados - nenhum vermelho da Natureza que se assemelhe ao esplendor rubro dessa matéria sublime. Alegoricamente ela é a coroa real de toda a Obra: o ponto mais alto a que o artista dedicado esperaria chegar. A partir de então já nada se pode acrescentar ou subtrair à pedra excelsa. Espírito e matéria são uma só coisa. (excerto) «Carlos Dugos»